sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Café de saco


Quem me tira o meu expresso, tira-me tudo.
Até em casa, investi um balúrdio numa máquina italiana que mói o grão na hora e produz o mais delicioso expresso, além de mil outras habilidades perfeitamente escusadas que apenas serviram para que o preço da maquineta se tornasse astronómico.
Mas o expresso é bom, é muito bom, não há melhor expresso que o meu, ouso afirmar.

Doseio a ingestão porque sei que me tira o sono, mas quando o bebo, desfruto deliciada do sabor e do odor, todo um ritual a meio da manhã e depois do almoço.

Posto isto, não vou em cafés de saco.
Não gosto, detesto pó em suspensão e uma borra de depósito no fim.
Não quero!


Assim, contudo, nunca mo serviram,  a não ser num certo restaurante que frequento assiduamente.

O restaurante em causa prima pela qualidade e presumo que mantem esta anacrónica operação por puro charme.
É engraçado.
Mas não é bom.
Nem de perto nem de longe se aproxima da minha portentosa máquina italiana.
Limita-se a ser engraçado!
Hei-de dar umas sugestões ao proprietário.
Hei-de, hei-de!

Beijos
Nina

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Tricotar pacifica!


Tenho a certeza, sei do que falo e por isso garanto.
É só deixar as mãos libertas, no ritmo certo, na cadência correta e dar asas à imaginação.
Em silêncio, o pensamento viaja e quase pressinto que o espírito se liberta do corpo.
Como alternativa, soltam-se os sentidos, a visão e a audição, enquanto nas mãos as agulhas avançam e, assim ocupados,  escapamos ao precipício do sono face à televisão.

Descobri que até é divertido assistir a novelas!
Bem, pelo menos a uma novela,  o INSENSATO CORAÇÃO da TV Globo, na qual os maus são mesmo maus, são pérfidos, são doentes, enquanto que os bonzinhos, vestem , a bem dizer, a pele dos santos, enquanto que no dorso, as penas de asinhas de anjo teimam em insinuar-se.
Pelo meio, há momentos hilariantes provocados por Bibi, uma predadora sexual.
Os cenários interiores são lindos, uma tal "Carol" veste-se maravilhosamente e, linda como é, apaixona-se por um homem  particularmente feio, mas sumamente inteligente e de uma sinceridade à prova de bala.

A pouco mais se resumirá a sinopse da novela que passa a horas impróprias e por isso gravo.

E assim, assistindo aos pequenos dramas das personagens, quase sem olhar, prossigo o trabalho em modo automático.
Absolutamente automático, sublinho e comprovo:


O casaquinho da Teresinha que se tricota numa só peça, exige que se acrescentem malhas para formar as mangas, do mesmo modo que estas serão extintas quando a largura da manga tiver sido atingida.

Perdida nos delírios da Eunice e no Veneno do Léo, não "matei" as malhas e então, dei por mim tricotando uma coisa informe, disforme, disparatada.

É que desligar do tricô é possível, mas "em termos"!
Resta-me desmanchar, desmanchar até ao local em que a manga ficará delineada.
Não me custa nada. Tricoto sem pressão e sem pressa. Até me divirto com este tipo de acidente.

Lembro um livro que li há muito tempo, "Como água para chocolate", de Laura Esquivel, uma sul-americana que, num golpe de asa, engendrou, a partir da cozinha, o seu mundo, um romance incrível.

Tita, o nome da heroína, tricotava uma manta imensa nos momentos de maior dor.
Era o seu momento de catarse.
Como esses momentos eram frequentes, a manta cresceu, cresceu, cresceu até cobrir toda a propriedade.
No caso de Tita, que repetia o ponto até ao infinito, o tricô era absolutamente libertador.
O meu também o é, mas exige momentos de atenção em que as regras são aplicadas.

Beijos
Nina

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Anjinhos e Velas


Não passo sem elas, sejam perfumadas ou não.
Gosto da sua luz tremeluzente e suave fazendo companhia, adoçando o ambiente.
Nunca são de mais, nunca!

Estas foram compradas, mas a minha amiga querida Helena Compagno, do  blog http://minhaprimeiracostura.blogspot.pt/ mostra, detalhadamente, como as fazer em casa.

Com elas, os entardeceres solitários enchem-se de luz, a alma ilumina-se  aconchegada e quem chega, sente que entrou em casa.
Por isso gosto de velas!



Este anjinho barrigudo, segura numa mão um castiçal.
No castiçal, uma vela!
Veio de França de uma das muitas MAISON DU MONDE que visitei.

Para que não se sentisse só e também porque a simetria me tranquiliza, junto veio um irmãozinho.
Nesta mesa aguardam que cheguem as longas noites do Outono e o gélido Inverno para se acenderem e acenderem o ambiente.
Ficam apresentados os meus mais recentes anjinhos, da vasta coleção que acumulo.
Nunca são suficientes.
É  só ver um que me agrade e logo  lhe chamo meu.
É uma debilidade, uma inocente debilidade que não contrario.
Gosto de anjinhos e ainda mais se com eles arrastam velas e noites suaves e ambientes cálidos e música de fundo e muita paz.

Beijos
Nina

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Saladas


Ou sopa ou salada ou as duas.
Sempre!
Em todas as refeições!
No Verão, as saladas ganham seguidores.
Se forem variadas garantem a mesma riqueza de nutrientes concedidos pelas sopas, com a vantagem adicional de serem fresquinhas.
Nelas ponho tudo, desde a incontornável alface, fruta variada e frutos secos.
Tempero-as com um golpe de vinagre balsâmico e é tudo. 
Nada de azeite, nada de sal.
Assim como esta:



Fiz uma cama de alface que cobri com rodelas de tomate.
Acrescentei abacate cortado em gomos (meio abacate para cada prato).
Juntei uma fatia de melão cortada em cubos a que retirei a casca.
Salpiquei com nozes, cranberries e terminei com azeitonas.
Mesmo antes de servir, recebeu uma golada de balsâmico.

Se ficou bonito?
-Ficou!
Se ficou bom?
-Ficou!
Se recomendo?
- Sim, recomendo, o mais possível.

Beijo
Nina

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Sapatos


Tenho imensos, de todas as cores de todos os feitios, uns apenas estreados, outros bem usados.
O problema de os arrumar organizados, está vencido como as imagens documentam:


Dentro de um armário, em caixas de plástico com a frente transparente, compradas no IKEA

Livres de pó e em perfeita ordem.
Continuo a gostar muito dos meus sapatos, mas cada vez me tento menos, tanto mais que descobri ser muito mais sensato privilegiar o conforto e a comodidade do que a estética, embora,             ( confesso...) não abdique da elegância.

O que acontece é que cada vez uso menos saltos altos, daqueles elegantíssimos e vertiginosos que funcionam com instrumento de tortura nos pés de nós mulheres, pobres vítimas da moda.

Cada vez compro mais sandálias e sabrinas e nos fins de semana não dispenso os ténis.

Esta tarde, porém, vesti um conjunto de linho, de calças e colete, muito simpático, muito moderno, muito comprido.
As calças muito largas varrem o chão.
Para as vestir não posso evitar os saltos altos.
E, como uma vez não são vezes, e como fazia questão de usar o conjunto, e como a saída se resumia a uma volta pelo Shopping, arrisquei.
Na mala levava uma lista de tarefas a realizar.
Ao fim de meia hora  de facadas, comecei a ficar impaciente, depois nervosa, finalmente, intratável.
Ou descalçava os sapatos, ou a volta pelo Shopping terminaria mal.
Dado que as duas opções eram inaceitáveis, desci até ao parque, meti-me no carro, regressei a casa, descalcei os sapatos e, amanhã, termino as compras, calçada convenientemente.

Conclusões?

Não são simpáticas, não!
Ou estou a perder a resistência, ou a paciência, ou ( o que é aterrador... ) a juventude!
Ou tudo ao mesmo tempo!

Beijos
Nina

domingo, 26 de agosto de 2012

Ainda em modo férias ...


... não me apetece cozinhar e ainda menos ir abastecer-me ao supermercado para poder cozinhar.
Tenho recorrido, portanto, ao que ficou congelado antes de partir, de modo a dar-lhe utilidade, simplificando o processo de alimentar a familória e praticando o sábio princípio da boa gestão económica.



Achei meia embalagem de cogumelos que fatiei ...

...e fritei num pouco de azeite.

Em pedra, congelado, restos de frango estufado e desossado, num molho de legumes em que predomina o tomate.

Na dispensa, um frasco de macarrão que cozi em água abundante, temperada com pouco sal e um fio de azeite.

Fritos os cogumelos, aquecido o frango , no micro-ondas e cozido o macarrão, misturei, deixei que fervinhasse muito lentamente para que os sabores se incorporassem ...

...e servi ..

... polvilhando com uma mistura de três queijos.

Acompanhei com uma enorme salada mista.
Ninguém diria tratar-se de aproveitamento de sobras.

Beijos
Nina

sábado, 25 de agosto de 2012

Feira Medieval






Não sabendo ao que ia, escolhi uma roupa fresca e cómoda e, pela manhã, lá fui até Cerveira.



A blusa de seda é da Zara e tem a particularidade de apresentar algumas dificuldades para ser vestida. É uma espécie de capa que se enrola à volta do corpo e se prende com duas fitas. Não é fácil, repito, mas é engraçada, reconheço.
A saia de crochê, "fui eu que fiz" e já mostrei aqui quando a terminei.
Por baixo, uso um forro que termina com uma renda larga, que pertence a um outro vestido e, como a combinação me agrada, não hesito.
As sandálias são da feira de Cerveira e, como não sou de segredinhos, já as tinha mostrado.
Pois bem, assim aperaltada, lá fui, porque sábado sem Cerveira, não é sábado.
O que eu não sabia era que uma surpresa me aguardava.
Uma Feira Medieval!

Bandeiras enfeitavam os edifícios públicos, enquanto uma multidão circulava.


Aqui funciona a Biblioteca Municipal, situada na praça principal.

Em todos os espaços possíveis, tendas ofereciam os seus produtos.

Aqui, uma artista pintava rostos e as meninas ficavam com carinhas de fada, repletas de estrelinhas brilhantes.

Amazonas e cavaleiros trajados de acordo com a época, exibiam-se.


Com direito a escudeiro.

Conversando, sem problemas, com os visitantes do século XXI

Chocante!
Animais inteiros eram assados em espetos, já decepados de algumas peças, entretanto comidas.

Numa grelha gigantesca, prosseguia o churrasco.




Aceitam um licor de café?

Courgettes, alhos, cebolas e outros vegetais. As vendedoras com figurino adequado.


Magia?
Também há!
Infalível!

Bem como os chás e mézinhas para todas as maleitas.
Efeito assegurado, evidentemente.

A Câmara Municipal, digna e elegante, na fatiota de festa.
As atividades oferecidas são muitas e decorrerão ao longo de todo o dia.

A feira de todos os sábados, no recinto de todos os sábados, lá estava, como era de esperar.
Ainda fiz umas comprinhas para a costura, o que significa que vamos ter novidades, que brevemente mostrarei.

A verdade é que está muito calor, apetece sair, aproveitar o sol e deixar as costuras para quando o frio chegar.

Beijo
Nina