domingo, 20 de janeiro de 2013

Agendas


Todos os anos, em Dezembro, a revista espanhola Telva, oferece, na compra da própria revista, uma agenda para o novo ano.
Faço questão de não perder a oferta, pois as agendas são lindas, bem organizadas e com o tamanho certo, permitindo carregá-las na carteira, sem problemas logísticos.
Portanto, quando vi, num quiosque, a dita revista, não hesitei em adquiri-la.


Aqui, as duas, a de 2012  e a actual, de 2013.
Há que transferir os dados registados para a  que vou usar.
São moradas, apontamentos, informações que registo por escrito e a que recorro frequentemente.

É trabalho para uma ou duas horas, mas não há como evitá-lo.
Depois, arrumo a de 2012, repositório de acontecimentos, de planos, de curiosidades.
A nova, vai encher-se, dia a dia, com os meus dias, os meus "que fazeres", os meus feitos e uma ou outra citação de textos que me deslumbram.
Além do mais, além de útil e prática, é linda, apetecendo exibi-la como símbolo de bom gosto.
Veremos se é hoje, tarde de domingo, excepcionalmente,  de absoluto lazer, que consigo actualizá-la.
Volto, pois, ao lazer.

Beijo
Nina


sábado, 19 de janeiro de 2013

O que seria do amarelo ...


... se não houvesse mau gosto?

Estou em total desacordo com esta pergunta de retórica que contem em si uma condenação para o amarelo.
Não concordo.
Aliás, não concordo que haja cores feias. O que há são cores mal doseadas e mal coordenadas, pois as cores, em si, limitam-se a existir e a ser desfrutadas.
Não me estou a ver vestida de amarelo dos pés à cabeça como se de uma gigantesca omelete me tratasse, porém, doseada, a cor é alegre e solar.
Gosto particularmente dela em peças invernosas, como é o caso:
Um casaco, um casacão, num tecido fofo de lã e cachemira, abotoado com grandes botões pretos.


Leve e quente, leve e fofo, leve e alegre, combinando com um look preto.
Comprei-o no Corte Inglês, já no ano passado e pouco o tenho usado, dados os extremos climáticos, de dias gélidos face aos quais se revela insuficiente, ou calores inesperados que o tornam excessivamente insuportável.

Hoje, neste sábado desgraçado de tempestade furibunda, não está muito frio. Foi, portanto, a oportunidade para o meu casaco amarelo gema de ovo, convicto como eu da sua essência, sair e brilhar.

Calças, blusa, sapatos e carteira pretos.
No dedo, uma anel Swarowsky, enorme, quase um farol a iluminar o cinza chumbo do dia.


Jeans pretos, quase dramáticos ...
Explico:
Estavam excessivamente compridos, varriam o chão.
Para grandes males, grandes remédios. Fui-me a eles de tesoura em punho e cortei um pedaço. cortei de mais... um drama. Os jeans são Versace, fruto de uma privação momentânea dos meus sentidos.
Largos junto ao pé, não permitem veleidades na altura. Têm de cobrir o sapato se não quero correr o risco de ser tomada por aquela que "vai regar as couves!"
Logo, a partir de agora, só podem ser usados com salto médio, 3 a 5 cm, quanto muito.
Assim será!

Das comprinhas de fim de ano, não mostrei nada.
Aqui está, então, uma das aquisições.
Veio do Outlet de La Roca Village, assinada pele Donna Karen, em pele preta, tipo doctor bag.
O preço?
Um achado, a minha coroa de glória!
5 vezes menos que o preço da loja!

Sapatos e carteiras não podem ser mais ou menos.
Tudo o resto pode.
Tudo o resto é perecível.
Sapatos e carteiras, não!

Salvam o conjunto, resgatam um ou outro deslize.
Nos sapatos e carteiras, melhor não facilitar.
São investimento garantido.
 E assim se vestiu o meu sábado, de preto e amarelo.

Beijo
Nina

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Tarte de curgete

Assim mesmo, escrito à portuguesa ( courgette, zucchini, abobrinha ...)
É um legume engraçadinho, insipidozinho, inocentezinho, que não retira nem acrescenta nada aos pratos em que participa, bom para usar nas sopas, como puré e pouco mais.
Para que a sua reputação  não saia beliscada, acrescento que têm alto valor nutritivo, tal como, em tempos, teve o óleo de fígado de bacalhau, o que, nem por isso, o transformou num ídolo do paladar.
Ah! Agora me lembro que entra na composição exótica de um bolo de chocolate que, na minha memória, permanece como um "must do" que ainda não teve vez.
Quando acontecer, talvez a minha opinião sobre as curgetes mude.
 Para já, mantenho, é um legume engraçadinho, insipidozinho e inocentinho. Apenas!
Sempre que me abasteço de vegetais frescos, cujo destino, será, maioritariamente, a sopa, acabo por comprar dois ou três exemplares, de acordo com o tamanho.
Acontece, também, que por capricho das opções, ocorre chegar ao fim de semana, com elas, as curgetes, muito tristes, muito frias, muito sozinhas, esquecidas na fria gaveta  dos legumes.
E isso é que não, isso é que não pode ser!
Isso de deixar estragar comida mexe comigo, com os meus mais enraizados princípios.
Vai daí que, não precisando de sopa, havia que dar destino às ditas. 


Às rodelas, estufadas com cebola e alho, viraram recheio de quiche.

Ao molho, juntei uma mão cheia de passas.


Dobrados os excedentes da massa, forno com ela(s)!


Resultando nisto.
Uma tarte dourada e estaladiça, que substituiu a sopa da entrada.
Desta invenção saíram muito favorecidas as curgetes, que o prato tinha sabor, mistura de doce com salgado e textura crocante da massa folhada.

Relembro que este não é um blog de culinária, embora, às vezes, pareça.
É um blog de ideias, de coisas, de feitos e de factos, onde, é claro, as curgetes também têm lugar.

Beijo
Nina




quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Rabanetes

Acho graça ao rabanete!
Até ao próprio nome ... soa-me a nome de palhaço, a vegetal que não deve ser levado muito a sério...
São, contudo, falsamente humildes, já que a sua polpa branca e fresca oferece um inusitado travo picante que levanta o ânimo à mais enfadonha salada.
Esta,veio daqui sendo uma entrada colorida ou uma refeição leve para os mais frugais.




Num outro dia, no supermercado, enquanto esperava na fila da caixa, dei de caras com uma exposição de pacotes de sementes. 
Uma daquelas exposições estrategicamente colocadas para não deixar que o cliente ocupe espaço e respire o ar do templo do consumo, sem consumir.
Esperar é chato!
Ninguém gosta de esperar e, já que tem de ser, enquanto se espera, compra-se.
Que raiva me faz esta minha incapacidade de resistir à armadilha.
Caio mais vezes do que gostaria e, portanto, caí!
Atirei para o carrinho uns quantos pacotinhos de sementes. Entre eles ... rabanetes.
Ao chegar a casa, despejei (literalmente falando ...) as sementinhas numa floreira desocupada.
Entretanto, vieram dias de chuva.
Entretanto, esqueci-me da sementeira.
Entretanto, isto:

Toda a superfície da floreira repleta de caulezinhos verdes.
Viçosos, só que um pouco amontoados.
Têm que ser mondados! explicou-me uma entendida.
O que significa que não podem permanecer neste aperto e há que proceder à transplantação, o que já foi feito.

Ainda assim, afastando as folhinhas, eis o que se vê:
Pimpões, reluzentes, cabecinhas de rabanetes!


Estes já estão na bancada da cozinha para que espevitem a salada de alface do jantar.

E, assim de repente, fui invadida por louca ânsia de semear, porque, inesperadamente, a natureza afável fez questão de provar que, com um nada, os gestos têm consequências, no caso, resultados suculentos e vermelhos.

Beijo
Nina

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Colares, pulseiras, teias ...


Existe qualquer mistério inexplicável na forma como se multiplicam os colares dentro de uma gaveta fechada.
Dir-se-ia que se reproduzem, numa enigmática função de acasalamento.
É que sempre que abro a(s) gaveta(s), o número de colares parece ter crescido, desde a última vez que os observei.
Se é bom?
Nem por isso!
É uma tal salgalhada de fios, contas, pedras, pérolas, metais dourados e prateados, berloques, pingentes, aros e argolas que me intimida, me angustia na balbúrdia da desordem instalada.
Sempre, mas sempre,graças a um vislumbre de lucidez que previne futuro arrependimento, tenho de domínar o ímpeto de despejar a(s) gaveta(s) no caixote do lixo.
É uma luta permanente, sempre com o objetivo de descobrir o sistema de organização que arrume e mantenha arrumado.
Será que, finalmente, é chegada a hora do meu grito de EUREKA? 


Vieram do Ikea estes alvéolos que se montam dentro da gaveta.
Em cada um, um ninho.
Em cada ninho, um colar.
Assim!
Se não tiverem pernas e vontade própria (como já desconfiei...) aí permanecerão, inertes, obedientes, ajuízados, esperando a sua vez de brilharem, sem, em rodopío tresloucado, se misturarem, em nós cegos.

Para as pulseiras, os alvéolos não funcionam.
Com tampas de caixas dividi o território.
Em cada espaço, um grupo.
Cada grupo organizado por semelhanças.
Mas as pulseiras nunca foram problemáticas.
Sensatas e sossegadas, permanecem organizadas, sem desvarios de colar.
Alimento a secreta esperança de que a anarquia acabou.
O tempo o dirá!

Beijo
Nina

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Crepes!


É por estas e por outras que as tardes de domingo, voam, desaparecem no ar como se nunca tivessem existido.
Abro os olhos e, feliz, sussurro:
-É domingo!
De repente, sem saber como nem porquê, já não é, já foi, já acabou!
Desconfio que, para que durem, os domingos devem ser dedicados a fazer nada. Nada, mesmo!
Nada de inventar, de arranjar ocupações, distracções, complicações.
É ficar parada a olhar o domingo, vendo a relva crescer, ouvindo o escorrer dos minutos na ampulheta do tempo.
Só que o domingo, além de abençoado, é inspirador!
A mim dá-me imensas ideias!


Como fazer crepes-

Fui para a cozinha , massa preparada, frigideira pronta ...

... e fiz um monte de crepes.

Com estas framboesas ...

... preparei uma calda que, muito quente, cobriu cada crepe.
No seu interior, uma bola de sorvete de limão.

Uma delícia!
Quente e frio, ácido e doce, revestido por finíssima massa ligeiramente crocante.
Assim se esbanja a tarde de domingo.
Por uma boa causa!
Ao menos!

Beijo
Nina

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Uma espécie de ponto inglês


Tenho para mim que estes pontos que se repetem sem possibilidade de erro foram propositadamente inventados a pensar em mim ... presunção e água benta, cada um toma a que quer!
E tenho esta tola pretensão porque, graças a este esquema que se repete, da primeira à última carreira, assisto às soníferas sessões de televisão, após o jantar, em pleno processo digestivo, lareira acesa, rodeada de ensonados que quase ressonam, atenta e vigilante, deixando que as agulhas prossigam movidas por vida e vontade próprias.
Já experimentei sentar-me, olhar em frente, ouvidos atentos e mãos inertes.
É tiro e queda ... adormeço de imediato fazendo monte com os acompanhantes.


Este fio já foi tentativa de xaile que não deu certo.
Demasiado grosso, o trabalho parecia uma manta.
Digámos que se prosseguisse, andaria com uma manta às costas, situação indesejável mesmo para quem, como eu, seja friorenta.
Perita em desmanchar, fui-me à amostra de xaile e dei-lhe sumiço.

Será colete, ou camisola (blusa,  para as amigas brasileiras) sem mangas, bem comprido e ajustado que o ponto promete.
Não é ponto inglês que a tanto não chega a minha competência, mas é bonito e quase parece britânico.
Não tem segredo:
2 m de meia, 1 m de liga ... sempre, no direito e no avesso ... SEMPRE!
Sem pressas, a obra cresce linda e brejeira.
Poucas realizações da mente humana se poderão gabar de tal dupla funcionalidade:
- Vestir
- Espevitar ...
Como se de um café duplo se tratasse, com a vantagem de não apresentar efeitos secundários. Não dá insónia. Terminada a função, termina o efeito e o sono surge mansameeeeeente ....

Beijo
Nina