terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

ÓSCARES

Dos nomeados para os óscares, vi, até ao momento, "A rede social", "o cisne negro", "o discurso do rei" (do qual já falei na semana passada" e, hoje, "True grit", com a tradução "Indomável".

Deste último gostei francamente.
É um western, no velho estilo de John Wayne,realizado pelos irmãos Coen, com a diferença que o heroi ( um fabuloso Jeff Bridges) veste a pele de de um sheriff mais ou menos amoral, alcoólico, sujo e velho, que apesar de tudo, desempenha rigorosamente o papel para que foram inventados os herois do velho oeste e salva a mocinha.
 Esta é uma talentosíssima jovem, que, ou muito me engano, ou vai arrecadar o óscar para o melhor papel feminino, como personagem secundária.

Quanto ao prémio para melhor atriz, na minha opinião, será arrecadado por Natalie Portman, um bailarina do New York City Ballett, que, através de um complicadíssimo, doloroso e patológico percurso, se supera e atinge a perfeição.
Hoje, num jornal diário li uma crónica de um escritor/jornalista que muito admiro: Miguel Esteves Cardoso.
No texto que escrevia sobre o Cisne Negro, fazia uma análise surpreendente, mas que faz todo o sentido. Para ele, a personagem principal era genial na pele de cisne branco, porque era uma criatura insípida, pura e quase assexuada. A sua dificuldade em fazer vingar o Cisne  Negro , residia nessa áurea de santa.
Apenas quando se libertou, através da perfídia e do sexo, atingiu o desempenho sublime. No fundo, na opinião do MEC, esta é a grande questão que condiciona e cataloga as mulheres: as santas e as outras.
Quando qualquer mulher se atreve a pisar o risco, no sentido de poder encarnar simultânea e plenamente os dois papeis (há uma canção popular que sinteticamente define a situação: Uma lady na mesa, uma louca na cama...), a justiça divina " tarda, mas não falha..."
Valha-nos Deus!
Beijos, Nina

Sem comentários:

Enviar um comentário