terça-feira, 18 de outubro de 2011

Caravela Portuguesa






Caravela Portuguesa

É a mais temível presença nos mares de Guarajuba.
É uma medusa com alto poder urticante que pode causar sérios problemas como se pode ver aqui .

Ao longo da praia, no areal, pude observar várias e não achei piada ao encontro.
Numa manhã de domingo, vi um banhista a receber assistência depois de ter sido "acariciado" pelos seus tentáculos.

Curiosamente, tinha sido alertada para o perigo desta criturinha,  quando, inesperadamente, apareceram na costa portuguesa, na zona de Peniche, tendo, então, sido atingidos alguns banhistas.

Prevenida e atenta, tomava banho com os radares ligados e correu tudo muito bem.
 Digamos que , uma vez mais, " não há bela sem senão!"


Beijos,
Nina

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Praia de Guarajuba

Guarajuba é uma praia de vento, vento morno que apazigua os ardores do sol.
É ele que agita os leques dos coqueiros e ondula o mar.
Os surfistas, mesmo quando a bandeira vermelha do vigilante da praia, adverte de um mar está extremamente perigoso, os surfistas, repito, abraçados à prancha, aventuram-se por ele adentro, numa vertiginosa corrida para apanhar a onda perfeita.

Os banhistas, rapidamente descobrem o local apaziguado, tranquilo, que permite banhos deliciosamente tépidos,  que retemperam o corpo e libertam a alma, nas redondezas de uma aldeia de pescadores, que povoa o mar com minúsculos barquinhos.

No areal sem fim, circulam, para além dos turistas, vendedores, aterram aves marinhas, nidificam tartarugas e, desvairados, esvoaçam caranguejos que, desprevenidos,  ao avistar os intrusos, procuram refúgio em tocas ou no mar.  


O mar, as ondas o vento de Guarajuba.

Vendedores de cocada.

Surfistas



É a hora da retirada da vendedora de biquinis.

Lá vão, para tudo recomeçar no dia seguinte


Pesca à linha

Ao fundo, aldeia de pescadores

Guarajuba é assim.
Uma praia magnífica, quase deserta, embalada pelo mar e pelo vento constante.

Beijos
Nina

domingo, 16 de outubro de 2011

Segredos!

No canto de um recanto sombrio, ao abrigo do olhar dos visitantes, descobri uma espécie de viveiro de plantas, estacas, caules, galhinhos espetados no solo, em recipientes improvisados, mantidos na discreta penumbra da sombra de gigantescas árvores.
Foi por acaso que o descobri, mas foi um feliz acaso.
Revi-me no processo de multiplicação de espécies vegetais, a partir de um nada, de um talozinho que, inconscientemente, se dispensa, se joga no lixo.
Não o faço!
Algo me impele a tentar fazer a vida brotar de uma insignificância e, quando o consigo, o sabor delicioso da vitória, do dever cumprido, invade-me.



O cuidador atento providenciou as condições adequadas e deixa que a natureza faça o resto.
São Espadas de São Jorge que se multiplicam a partir de fragmentos das folhas ou  de secções da planta com um pouco de raiz.
Será, em breve , uma bela orquídea, uma rainha que, ainda que na penumbra, ocupa já o seu trono, num lugar destacado.
Parece um cato carregado de espinhos que, inesperadamente,  se remata com uma frágil flor.

Tantas promessas de abacaxi!

Protegida do vento, no alto de um poste, procurando luz, exibe-se esta espécie.

Uma  espessa cortina de palmeiras, escondia este tesouro.
A partir de um, fazer dois ou três vasinhos, de uma estaca obter uma planta adulta, de uma amarela, desfolhada, desidratada criatura, progredir para um saudável e viçoso ser vivo, é um feito grandioso, é a diferença entre a vida e a morte, é uma glória, muito, mas muito mais reconfortante que a mais exótica e dispendiosa compra num horto.

Não entendo porque escondiam este espaço dos olhos dos visitantes.
Deveria ser exibido, pedagogicamente exposto como exemplo a seguir.

Beijos
Nina

sábado, 15 de outubro de 2011

Tudo incluído ...





É um sistema muito cómodo, o que recebe esta designação.
Na prática, durante toda a estadia no hotel, podemos, pura e simplesmente esquecer horários e cartão de crédito.
Assim, a partir das 7 horas da manhã, até depois da meia noite, o hóspede pode comer ( e beber) o que quer que seja em diversos locais espalhados pelo resort, quer opte pelo restaurante à la carte, quer pelo buffett.
Gosto, é simpático e descomplicado.

Seguindo um esquema que observei, pela primeira vez, nas Caraíbas, dentro das próprias piscinas, existem bares, funcionando no sistema non stopping, o que, face ao calor tropical, funciona como um iman para alguns adeptos mais entusiastas.
Reconhecia-os pelo calção de banho, sendo na sua esmagadora maioria homens, permanentemente virados de frente para o barman, em animadíssimos diálogos, que, (apercebi-me também), rapidamente se transformavam em monólogos.
É que a Caipirinha fluia e, assim sendo, o direito de resposta deixava de fazer o menor sentido.
Antes do jantar, era vê-los, nos bares interiores, de copo na mão, brindando às mais delirantes profecias futuras.
Suponho que, durante e após o jantar, não perderiam a endurance.
Eu, magnânima, observava-os, divertida e condescendente, sem nada a opôr ao direito que cada um tem de tratar ou destratar o seu fígado.
Até que...

Acordei em sobressalto.
Eram 4 da manhã!
Não conseguia compreender o que estava a acontecer.
Ouvi gritos. Gargalhadas. Pancadas nas paredes. Móveis a ser arrastados. Frases proferidas aos berros, numa sequência incompreensível.
Temi o pior.
Necessitei de alguns segundos para me localizar no tempo e no espaço.
E então, compreendi:
Era uma reunião, um comício ( que sei eu?) de bêbados no quarto contíguo!




Eu que fugira aos bichinhos tropicais, desaguara como vizinha de um grupo de bêbados.

Na manhã seguinte, mudei de quarto.
Mais tarde, ouvi dizer que pertenciam a um grupo do Ceará que viera para um congresso.
Asseguraram-me, ainda, que o simpático grupinho ( eram três) havia sido expulso.

Hoje, acho piada à ocorrência.
Então, às 4 da manhã, numa sessão que se prolongou até ao raiar do dia, quando, como o Drácula, devem ter caído inanimados face à luz solar, os sujeitos despertaram em mim instintos de violência que desconhecia
albergar e dos quais muito me envergonho.

Vicissitudes do "TUDO INCLUÍDO"!

Beijos
Nina



sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Monogamia

Diariamente, entrando ou saindo do meu quarto, em plena luz do dia, cruzava-me com a mais improvável das criaturas, uma magnífica coruja, ave noturna  por excelência, que, empoleirada num pequeno poste ou mesmo rente ao chão, seguia, com toda a dignidade, os meus movimentos, sem exteriorizar o menor sobressalto.
Estranho!


Até que um dia, surpresa!
No mesmo local, encontrei duas,um casal!
Com mil cautelas, aproximei-me e que vi?
Escavado no solo, um túnel por onde uma das aves desapareceu, fazendo-se, de repente, luz para o enigma.
O macho, sentinela atenta, vigiava, enquanto a fêmea acalentava os ovos ou as recém nascidas crias.
Por momentos abandonara o ninho e, juro que vi, que se espreguiçava, primeiro uma asa, depois a outra, repetindo com as patas os mesmos exercícios.
Sorte incrível, ter presenciado esta cena, eu, que achava a ave solitária, meio neurótica, cismando sozinha no mesmo local, desrespeitando os hábitos da sociedade a que pertence.
A seguir, permiti-me romancear, comovida perante a devoção masculina.
Seguramente que, como as araras azuis, são monogámicas, de uma fidelidade a toda a prova, de uma cumplicidade que ultrapassa as as mais elementares medidas de segurança e que, vivem em sintonia absoluta, uma em função da outra, ambas em função da preservação da espécie.
Deus me livre de pretender fazer comparações com elementos de espécies diferentes, concretamente, com a espécie que se auto considera rei da criação!




Observei, a seguir, este intruso que ousou aproximar-se, sendo despachado por um voo rasante , acompanhado por gritos estridentes.
Ainda vi um gato, que infelizmente não fotografei, rondando a área e a quem foi aplicada a mesma técnica de dissuasão  que, também com o felino, resultou em pleno, pondo-se o bichano em fuga para outras paragens.

Parece que os gansos, uma certa espécie de gansos, funciona também assim:
cumplicidade absoluta, ligação perpétua, contrariando as palavras de Vinicius que proclamam

 " ... que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure..."

Beijos
Nina

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Vila Galé Marés

Neste resort, circula-se por uma imensa área ajardinada, sempre com a possibilidade de o fazer ao abrigo de qualquer imprevista pancada de chuva, através de amplos corredores cobertos, que ziguezagueiam por todo o empreendimento.


O alojamento oferece duas opções, dois blocos de apartamentos, com dois pisos, um térreo e o outro no primeiro andar, ou, um conjunto de bungallows, em construção geminada, para duas famílias, portanto,  que se distribruem pelos jardins.

A arquitetura repete-se, apenas mudando a cor exterior.
A cobertura em pirâmide, sugere os templos incas do México.
No conjunto, resultam muito agradáveis à vista.

Aparentemente, têm vantagens sobre os apartamentos, em termos de privacidade,


dispondo de uma pequena área exterior de onde se desfruta a vista magnífica dos belos jardins.

A minha escolha?
Um apartamento no andar superior, se faz favor, agora e sempre, porque odeio, abomino este tipo de visitante, que, num país tropical, crescem e se multiplicam, podendo, sem que portas ou grades barrem o seu caminho, brindar-nos com a sua inesperada visita:


Uma iguana bebé!

Perfeitamente inofensiva, sei-o bem.
Os meus mais irracionais e ancestrais terrores é que não o sabem.
Por isso, repito:
- No 1º andar, se faz favor!

Beijos,
Nina

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Costa dos Coqueiros

Seria possível encontrar uma designação mais apropriada para este pedaço de litoral brasileiro?
Duvido!
E duvido, não apenas porque o título é plenamente informativo, mas também porque, a repetição do som /k/, numa aliteração poderosa, sugere a sonoridade de um espaço nunca silencioso.
Seja a brisa permanente, os repentes de ventania poderosa, o murmurar das pancadas de chuva equatoriais que, como vêm, assim se vão, sem rasto que não seja o da música de harpa dedilhada na folhagem poderosa, sempre, sempre , uma melodia  se escapa desta cabeleira de folhas.
São lindos os coqueiros, tanto mais lindos quanto mais velhos, mais altos, esgalgados num fino tronco que, crescendo em aneis sobrepostos, cicatrizes de folhagem perdida, se perdem nas alturas, cada vez mais finos, cada vez mais elásticos , cada vez mais inacessíveis, mais sobrenaturais, mais do reino dos céus do que das profundezas da terra onde, previdentes, poderosas raízes lhes garantem a sobrevivência.

Depois, tenho para mim, que a primeira impressão é ( ...às vezes, injustamente) determinante.
Por isso, quando o veículo do transfer que, a partir do aeroporto me conduzia ao destino eleito, observei, maravilhada, a fina, a translúcida muralha de coqueiros que, pretenciosamente pretendia ocultar os azuis delirantes de um imenso mar.
Foi amor, do mais perigoso, letal mesmo, amor à primeira vista.





Da piscina, o olhar salta para o mar, esbarrando neles, sempre eles, os coqueiros.

Num espaço deserto, cochicham entre si...

Com alturas diferentes, perseguem o seu destino, o firmamento!

Solitário, altivo, brinca com a nuvem.

Sentinelas, vigiam, atentos...

quais bandeiras ao vento.

Baixinhos, gorduchos, crianças ainda, não fugirão ao seu destino. 


Contra ventos e marés,



enfeitam os ares, rabiscam o rápido, quase instantâneo crepúsculo equatorial, numa festa de traços, de zigue-zagues , de pintura chinesa, cujo efeito se repete a cada entardecer.
Assim é a Costa dos Coqueiros.

Beijos,
Nina