domingo, 20 de março de 2011

Amigos

São quem nós escolhemos, quem por direito merece ascender a essa posição.


De certo ângulo, são mais importantes do que a família, porque não sujeitos à imprevisibilidade hereditária, biológica ou, se quiserem, aos laços de sangue.
Amigos, nós escolhemos, abrimos as portas de casa, da alma e do coração.
Numa multidão informe, encontramo-nos e decidimos que funcionamos no mesmo cumprimento de onda, tornando-nos inseparáveis, mesmo quando a vida se encarrega de nos separar.
Dou por mim, frequentemente, a pensar na minha melhor amiga dos tempos do liceu.
Chamava-se Gigi.
 Não nos vemos há muitos anos, seguimos rumos distintos e até suponho que ela, presentemente, vive no Brasil.
 Tenho, contudo, para mim, que a ela lhe ocorrerão as mesmas recordações, antecipando igual prazer, se um dia, as circunstâncias nos colocarem à mesma hora , no mesmo local, ainda que correndo o risco de,  momentos volvidos, chegarmos à conclusão, que foi num outro tempo, numa outra vida  , que a cumplicidade  nos atou.
Falo de amizades de adolescente, mas há outras.
Eu tenho a imensa felicidade de ter amigos, poucos, muito poucos, quatro ou cinco, mas muito bons, para o que der e vier.
Tenho também  muitos e muito agradáveis conhecidos, cuja companhia muito me enriquece e muito prezo. 

Mas  AMIZADE é outra coisa, outro cimento que nos ata, , mas  sustem.
É o ombro, é o colo, é o poço sem fundo onde despejo aflições, o espelho em que me desnudo sem pudor, a quem me dou, de quem recebo tudo ou nada, quem vejo diariamente ou revejo ocasionalmente, quem não me falha, a quem não falho!
AMIZADE é a mais elevada forma de amar.

Beijos,
Nina

sábado, 19 de março de 2011

Caminha

É uma encantadora vila, a 50Km ao norte do Porto.
Pertence ao distrito de Viana do Castelo, sendo limitada a nordeste por Vila Nova de Cerveira, a sudeste, por Ponte de lima, a sul, por Viana do castelo e a norte, por Espanha e pelo Oceano Atlântico.
É, normalmente, habitada por 2500 habitantes, mas esse número aumenta enormemente durante os fins de semana, devido às habitações de férias, que então são ocupadas pelos seus proprietários, oriundos, essencialmente do Porto.
O rio Minho que a separa de Espanha, desagua aí, no Oceano Atlântico.

Rio Minho. Na outra margem, Espanha
O Oceano Atlântico, ao fundo

Para atravessar o rio existe um terminal de barcos que transporta não só passageiros, mas também veículos.

Os  monumentos principais de Caminha são:

O chafariz do terreiro, obra renascentista

Casa dos Pitas, do século XVII,em estilo manuelino tardio, de fachada decorada com guarnições e molduras

Igreja da Misericórdia

Altar-mor

Altar lateral

Igreja Matriz de Caminha ou de Nossa Senhora da Assunção


Feirinha na praça central
Muralhas seiscentistas que, juntamente com o castelo, faziam parte do esquema defensivo da vila 


Muito mais há para ver e viver. 
Há excelentes restaurantes, com peixe fresquíssimo e lampreia (nesta altura do ano, para quem gostar...), uma rua com bares que garantem a animação noturna, lojinhas de comércio tradicional, esplanadas na praça central para ver e ser visto e imensas propostas de lazer e desporto, com a montanha para explorar e o mar de praia imensa, mesmo ali ao pé.

A poucos quilómetros, por auto-estrada, fica Espanha, primeiro Tui e depois Vigo, uma loucura de compras.

Caminha não tem defeitos, só vantagens.
Estive lá hoje.

Beijos,
Nina


sexta-feira, 18 de março de 2011

Tulipas

Espreitei uns cabelinhos verdes furando a terra, procurando a luz, o ar, fazendo pela vida.
 Anunciei:
- Estão a nascer!
Cada uma, seu ritmo...

Três fases de desenvolvimento.

Rapidamente, esses filamentos tomaram forma, engrossaram, ganharam corpo e adivinhava- se no extremo da haste, um novelo irregular que antecipava a flor.
Quase uma gravidez.
 Esta sem ecografia, à moda antiga... menino ou menina, brancas, amarelas ou vermelhas?
Vigiei-as, atenta, com cuidados de parteira zelosa.
Uma manhã, há apenas uma semana, desabrocharam. Primeiro, timidamente, depois competindo entre si na urgência de se exibirem, lindas, maravilhosas, inesperadas, surpreendentes como só as tulipas o são.
Assim:


Amarelas e vermelhas, num devaneio caprichoso!




Oferecem-se, abrem-se, pujantes, sem pudor!

Carpe diem (aproveita o momento, goza o agora...) proclamam num discurso sem palavras.
Porque sabem ( a natureza é sábia!) que a beleza é efémera, mas "... infinita enquanto dura.."
Será que o inevitável processo de decadência já se iniciou?
Não importa!
Os momentos de puro prazer, nada nem  ninguém apaga.

Beijos,
Nina

quinta-feira, 17 de março de 2011

Prioridades

Há que tê-las!
 Não é possível acudir a todas as solicitações, cumprir todos os objectivos da lista, mesmo quando está é apenas virtual, ou mental, para ser mais precisa.
Acordei com um maravilhoso dia de céu azul e sol brilhante.
Prioridade imediata?
-A caminhada, evidentemente. Só dura 1 hora, mas implica equipamento adequado que me impossibilita, em absoluto, de ser vista noutros locais que não na marginal do oceano.
O café que se segue, numa esplanada sobre a praia, acompanhado pela leitura do jornal diário, consome a hora seguinte e, nesta altura, é, já, tempo de regressar a casa para preparar o almoço, sempre tarefa minha.
Terminado o almoço, a verificação do mail e a actualização do blog é o que me apetece mesmo e, como sou senhora do meu tempo, é o que faço.
Para trás ficaram as compras no supermercado, a passagem pela Fnac ( 19 é dia do pai ...) e a visita prometida a um familiar que ficou adiada para amanhã.
Quando terminar a tarefa a que com tanto prazer agora me dedico, se me apetecer, cumprirei as duas primeiras obrigações, atrás designadas, que ficaram adiadas. Repito, se me apetecer...
Esta disponibilidade  aprende-se com os anos, os quais, como se vê, não trazem apenas rugas e mazelas, não... ensinam-nos a estabelecer prioridades a dar tempo ao tempo, como a natureza sabiamente faz.
Veja-se o meu "jardim" que no seu tempo próprio decidiu florescer:
Damasqueiro ( será que este ano dará frutos?)

Alfaces de duas qualidades

Íris

Lírios convivendo com uma cerejeira

Mais lírios

Uma palmeira exótica, em primeiro plano

Limões 100% ecológicos

Margaridas
Begónias

Pata de elefante

Dracenas

E, de repente, eu que estava pressionada, sem tempo, resolvi , calmamente dizer "não", e de escrava, tornei-me dona do tempo, com tempo para olhar, fotografar e viver o meu tempo.

Beijos,
Nina


quarta-feira, 16 de março de 2011

Bem vindos à minha cozinha!



Já o disse, sou um pouco obcecada pela organização.
 Perco-me no meio da barafunda e não funciono no caos.
Gosto de caixinhas, gavetas, prateleiras, recipientes com rótulos, listas e tudo que facilite a minha organização, tudo o que este blog não tem. Aqui cabe tudo, há um amontoada de temas e assuntos, que, frequentemente, nada têm a ver uns com os outros e a abertura de cada post é, de certeza, uma surpresa para quem me visita.
Há que por ordem na casa!
Para começo de conversa, informo os meus queridos seguidores, que vou iniciar um segundo blog apenas dedicado à culinária e assuntos afins.
Se quiserem honrar-me com a vossa visita, por favor, procurem-me em:





nacozinhadanina.blogspot.com

Espero não os decepcionar.
Beijos,
Nina

ALMÔNDEGAS COM VINHO TINTO

Não me canso de repetir que as melhores coisas da vida são as simples ( e as grátis ...).  Na cozinha, valorizo tanto esse princípio, que, às vezes, uma leitura em diagonal de qualquer nova receita basta para que a adote ou a rejeite. 
Pode-se, portanto, esperar das minhas sugestões, em primeiro lugar, a simplicidade, garanto.
A receita que hoje trago é barata, deliciosa e, evidentemente,  muito simples.
Para a confecionar, necessitamos:

750g de carne picada (podendo ser de vaca, aves ou porco, ou um pouco de cada)
2 ovos
1/2 l de caldo de carne
1/2 litro de vinho tinto
1 cebola cortada às rodelas
3 dentes de alho picado
1/2 copo de polpa de tomate
azeitonas sem caroço recheadas 
1 folha de louro
sal, pimenta, pão ralado e azeite q.b

Procedimento:

Fritamos no azeite a cebola e o alho até ficarem transparentes, mexendo para que não queime:




Acrescenta-se a polpa de tomate, misturando bem.


Deixa-se fritar em lume brando por 2 ou 3 minutos

Acrescentam-se então os líquidos e a folha de louro. Tapa-se e fica a ferver muito lentamente, enquanto tratamos da carne.




Amassa-se a carne com os ovos e 2 colheres de sopa de pão ralado. Tempera-se com pouco sal ( não esquecer que o caldo de carne já está temperado) e pimenta.


Tendem-se bolinhas, no interior das quais se coloca uma azeitona descaroçada.


Fecham-se, completamente.




Passam-se bem por farinha.



Mergulham-se, então, uma a uma, no caldo de carne e vinho e deixa-se cozer, fervendo, muito lentamente, por 30 minutos.


O resultado é este.
O sabor é divino.
Mais fácil, impossível.
Como mais-valia, acresce que pode ser congelado sem que perca qualquer qualidade ( eu, que sou moderna e muito esperta... faço quantidade garantida para duas refeições)
Façam como eu!
Beijos,
Nina

terça-feira, 15 de março de 2011

Vila Real de Santo António

Praça Central
( Além dos bares e esplanadas, há uma feira de velharias)

Nasceu como um pequeno porto piscatório, no tempo dos Fenícios, no Algarve, na sua extremidade oriental.
Atualmente, é uma cidade fronteiriça, separada de Ayamonte, em Espanha, pelo rio Guadiana.
Atravessando-o, através de uma ponte moderna, tem-se rápido acesso a Sevilha, a bela cidade Andaluza.
Vila Real de Santo António foi totalmente destruída pelo terramoto que, em 1755, também arrasou Lisboa e a sua reconstrução deve-se ao poderoso ministro português de então, Marquês de Pombal.
Nos dias de hoje, os seus cerca de 14 000 habitantes dedicam-se ao turismo, à pesca e ao comércio.
Equivale isto a dizer que, esta cidadezinha se localiza na proximidade de praias muito concorridas, sendo a mais conhecida, Monte Gordo.
Nas ruas de Vila Real de Santo António, os espanhóis competem em número com os portugueses. Vêm às compras, procurando, principalmente, os artigos têxteis- lar, mais baratos e de melhor qualidade que os espanhóis.
Além disso, sendo terra de pescadores, a oferta de restaurantes é variadíssima.

Não me encanta, particularmente, como cidade, mas a marginal do Guadiana possui ângulos interessantes:


Avenida Marginal

Feirinha de Velharias

Marquês de Pombal


Lutegarda Guimarães de Caires
Poetisa Algarvia que cantou, assim,ingenuamente, as belezas do Guadiana:


Tornei a ver-te! Agora os meus cabelos
embranqueceram já... longe de ti
Foram-se há muito aspirações e anelos
mas as saudades ainda as não perdi

Mas volto à minha terra tão bonita!
Terra onde reina o sol que resplandece
aonde a vaga é murmurar de prece
e sinto ainda a ternura infinita

É que não há céu de tal 'splendor
nem rio azul tão belo e prateado
como o Guadiana, o meu rio encantado
de mansas águas, suspirando amor!


O Farol
Ayamonte, na outra margem do Guadiana
A Marina

Se vale a pena visitar esta cidade? 
Claro que sim!
E atravessar a ponte para "tapear" (= petiscar, comer tapas...) em Ayamonte como qualquer espanhol que se preze, é sempre de uma experiência a não perder.
Beijos,
Nina