segunda-feira, 15 de setembro de 2014

1206 - Abrunhos

É  a única fruta azul que conheço, uma ameixa de pele fininha e polpa esverdeada, muito doce quando madura.

No Algarve, colhem-se aos montes - aliás, naquele solo fértil e quente, tudo cresce e se multiplica como se de uma benção se tratasse!


De um amigo, dos muitos queridos e doces amigos que por lá tenho, recebi uma caixa imensa, no próprio dia em que regressei a casa - acabadinhos de colher para chegarem ao Porto fresquinhos.
Chegaram (bem como a imensa caixa de figos que lhes fez companhia).
Ao pequeno almoço, a meio da manhã, na sobremesa do almoço, no lanche a meio da tarde, depois de jantar, antes de ir para a cama, numa palavra, sempre, temos comido abrunhos.

Só que a enorme caixa continua cheia e - oh! horror dos horrores!!!!- pressenti a presença de uns mosquitinhos da fruta, daqueles bem chatos, bem detestáveis, rondando os meus abrunhos que, cada hora que passa, amadurecem um pouco mais.
Portanto ...
Fiz compota!
Processo chato, chatíssimo, aquele de descascar e descaroçar cada um dos belos frutos azuis! Chato, insisto, e demorado.
De modo que, a dada altura desisti ( e a caixa continuava cheia!)
Pesei a polpa!
- 1,5 kg!
Acrescentei 1 kg de açúcar, 3 paus de canela e 1 cálice de Porto.
Deixei que fervesse muito lentamente e, a olho, determinei que estava pronto!

Rendeu ...

4 frascos.
Mostro o último com o funil genial que evita indesejáveis desperdícios de compota.
Estão ali arrefecendo.
Sugerindo casamento com queijos e bolachinhas!
Adoro compotas caseiras que não têm nada a ver com as produzidas industrialmente.
Ainda me torno vendedora de compotas!

E os restantes abrunhos? - perguntarão!
- Estão no frio aguardando pacientemente o momento em que serão devorados.
Já os figos não tiveram a mesma sorte. Para eles não necessitei de inventar compotas ou outro método de preservação.
Limitaram-se a sucumbir à fúria incontrolável da gula que por aqui grassa.

Beijo
Nina

domingo, 14 de setembro de 2014

1205 - O melhor restaurante de Altura!

Vamos por partes!
Do que é que falo quando falo em Altura?
- Falo - para quem tem a infelicidade de não saber - de uma terrinha , lá para os lados de Manta Rota.
É assim:
-Chega-se lá vindo pela Via do Infante, saindo em Montegordo, ou, a hipótese mais económica, vindo pela 125.
Não tem que enganar.
Ultrapassa-se Cacela, a seguir Manta Rota e estamos lá, no desvio para Altura.
Come-se bem por aquelas bandas, que tenho experiência de muitos anos.



Só que comer bem, é uma coisa!
Do que falo, é comer EXCELENTEMENTE!
(Palpita-me que ainda me vou arrepender por estar a partilhar um segredo que deveria ser meu, só meu, e de uns poucos outros felizes e abençoados comensais! )

Descendo, pois, a rua perpendicular à estrada 125, em direção à praia - Rua Direita, assim se chama-, encontramos, mesmo em frente à igreja. o RESTAURANTE DAS MARÉS!

Realmente. o aspeto é simpático, agradável, imaculadamente limpo, porém o que faz a diferença, senhores, o que faz toda a diferença é a matéria prima irrepreensivelmente fresca, e as mãos de fada - que digo? - as mãos de anjo da senhora D. Palmira, proprietária e cozinheira!
É que é tudo, mas tudo, excelente, sem mácula, sem defeito!
Peça-se o que se pedir, acerta-se sempre.
Na sala, a Paula, a loira Paula, sempre afável, sempre com um sorriso que nos faz sentir os comensais mais importantes do universo, sempre com tempo para um conselho, para uma palavra simpática.
Que duo imbatível!
São mãe e filha e levam, apesar do rasgado sorriso, levam, repito, muito, muito a sério o que fazem.
Fazem com gosto, fazem com amor e por isso corre tudo sempre tão bem.

Para este arroz de marisco, não encontro legenda, que receio ofender o arroz caldoso no ponto certo e o marisco abundante (abundantíssimo!).
Uma dose para duas pessoas!
Dá para 3, para 4, que a senhora D. Palmira só sabe cozinhar assim, com abundância.

Os peixes vêm do mercado de Tavira. Tão frescos que quase se espera que escapem do prato.
Cozinha simples, muito simples.
Tudo grelhado, mas aí é que está o busílis da questão, pois ser simples e perfeito é de uma extrema dificuldade. 

Um dia, para variar, aceitei a sugestão de um ensopado de borrego.
Só posso dizer, para que avaliem a qualidade, que ainda agora salivo, recordando odores, sabores e textura.

Assim é difícil, pois é!
Como vou aconselhar pratos, se tudo é o que se vê, irresistível!

Mesmo os cozidos, como este cherne, se elevam a obra prima.

E o preço? Sei que a pergunta baila na cabeça de quem me lê (e saliva, aposto!).
O preço, senhores, o preço é inacreditavelmente baixo para a qualidade que, assim, de bandeja, nos é servida.Não quero e não posso especificar, mas, apenas como exemplo, um jantar raramente ultrapassa os 15€ por pessoa.

O melhor restaurante de Altura?
Corrijo:
Para mim, o melhor do Algarve!

Esclareço que escrevi este post, apenas porque quis, porque acho que o mérito deve ser reconhecido e recompensado.
Apenas e só por isso!

Beijo
Nina


terça-feira, 9 de setembro de 2014

1204 - Namur


Esta será a última sequência de fotos que publico, relativa à viagem por terras holandesas e belgas - com um saltinho, ou dois à Alemanha.
Mostro, pois, imagens de Namur, uma cidadezinha  encantadora, situada na zona sul/oriental da Bélgica, na região da Valónia, aninhada num vale, regada por rios - o Sambre e o Meuse - e encoberta por montes verdejantes.





O rio, navegável, é permanentemente ocupado por barcos e barcaças que o percorrem, atarefados, em ambos os sentidos.
É, conclui, uma zona de ecoturismo dos locais.
E, para além da paz, proporciona fotos de calendário!


É, também , uma zona produtora de morangos! E que morangos! Os mais doces, mais perfumados, mais suculentos, que alguma vez provei.
Ao longo da estrada que acompanha o rio, mil barraquinhas como esta, os vendem.
Brilhantes, dentro de caixinhas, são tão tentadores que se comem ali mesmo, sem lavar, com delícia e gula.

Depois a cidade. Pequenina, acolhedora. As ruas centrais são peatonais e, num largo, encontrei esta excêntrica banda de jazz romeno.

Os músicos, compenetrados, indiferentes ao público, umas figuras!

Aceitavam donativos e quando a moeda caía, agradeciam com vénia galante!
Tocavam bem, com alma, com coração e a multidão crescia e aplaudia e deixava moedas.


Das lojas, mais ou menos iguais em todo o lado, destacavam-se as retrosarias -os armarinhos - que as belgas, pela oferta que testemunhei, são aficionadas.

Para dizer a verdade, não encontrei nada irresistível, mas apeteceu-me registar a tendência que tende a espalhar-se e a crescer.

A jóia da coroa da cidade é a CIDADELA, antiga fortificação situada no cume de uma colina.

De lá, a vista é magnífica ...

... e a perspetiva aérea da cidade, muito interessante.

Cheguei a Namur vinda de Bruxelas.
A intenção era descobrir um país fora das rotas turísticas.
Acho que o objetivo foi alcançado.

Beijo
Nina

domingo, 7 de setembro de 2014

1203 - A RONDA NOTURNA

Quem não conhece REMBRANDT?

Numa praça, em Amesterdam, surge, imponente uma estátua que merecidamente o eterniza.



Porém, o que efetivamente me surpreendeu foi ver, aos seus pés, em três dimensões, as figuras de uma das suas mais notáveis criações, A RONDA NOTURNA!
Tal foi o fascínio que me limito a apresentá-la, incapaz de para ela criar legendas.







Turistas de todas as nacionalidades insistem em misturar-se com os guardas para, através de fotografias, eternizarem o momento.
Pareceu-me pecado.
Apeteceu-me enxotá-los!
Foi das mais incríveis e fascinantes surpresas da viagem que fiz.

Beijo
Nina

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

1202 - As melhores lojas da Holanda!

Há muitos anos atrás - na era jurássica - ir ao "estrangeiro" era um gosto, um mergulho num mundo novo, um banho de civilização ... falo de lojas, que no resto não éramos assim tão diferentes.

Bastava ir a Vigo.
Atravessávamos a ponte sobre o rio Minho, passávamos como flechas por Tui - onde só paravam as compradoras de bacalhau - e aterrávamos na Calle del Principe, fisgadas nas lojas, nas novidades.
E era ver-nos, formigas atarefadas, em correria desenfreada. Conhecíamo-nos quase todas, mas não parávamos em conversa, que o tempo era curto e precioso, e os maridos desesperavam à espera.

Depois, chegou o Corte Inglês, de onde não saíamos fizesse sol ou chuva. Se fosse chuva, era até melhor. Era justificação para de lá não arredar pé. Vivíamos no Corte Inglês desde que abria até que fechava as portas. E comprávamos, comprávamos, comprávamos. No intervalo, almoçávamos.
As compras, volumosas e pesadas, ficavam numa secção própria e só eram levantadas no final da jornada.
Tudo pensado!

Depois, veio a massificação.
Quebrou-se a magia.
O que há lá, há cá, o mesmo em toda a Europa!
De modo que as saídas para compras morreram de morte natural.


Persistem, porém, as excepções.
Aquelas lojas que, miraculosamente, inexplicavelmente, oferecem produtos de marca a baixíssimo preço.
A Liliane, que esteve recentemente na Holanda, falou-me delas e não exagerou.

Excelentes.
A primeira, KRUIDVAT, mais vocacionada para produtos de beleza.
A segunda, HEMA, mais completa, com secções diversas, incluindo artigos para casa, consegue, na minha opinião, ser ainda melhor. 
Corri a Holanda.
Visitei a maior parte das cidades importantes e os seus monumentos.
E em  todas entrei nestes paraísos.
Até uma frigideira comprei, o que me criou alguns problemas no momento de organizar a bagagem.
Se tivesse ido de carro, suspeito que traria móveis ... que eu conheço-me!

Beijo
Nina

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

1201 - STAR!!!


O seu nome era este: STAR!
Um hotel(zito) de estrada que, afinal, se revelou uma agradável surpresa, quando, tudo o que queria era um banho e uma cama.
Surgiu,pois,  a inesperada revelação.


Um espaço cuidado, um espaço mimado.

O quadro!
Motivos naúticos, com conchinhas e nós!

Uma sala de jantar - onde são servidos os pequenos almoços, toda em tons azul e pastel.
gostei.

Se eu tivesse um hotel, seria assim, cuidado nos mínimos pormenores.

Beijo
Nina

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

1200 - ATOMIUM


Uma das muitas vantagens da Europa central é que muitos países estão perto.
Atravessa-se, sem quase dar conta, a fronteira e, estamos na Alemanha, ou na Bélgica, ou no Luxemburgo.

Saindo de Portugal de automóvel - a minha maneira favorita de viajar - é-se obrigado a atravessar toda a árida Espanha central - 900Kms - para chegar a França.
Esta é a parte chata!
Uma vez em França, começa o divertimento constante, os desafios, os convites das pequenas cidades, tudo encantador.

Desta vez, porém, fui de avião até Amsterdam e aí, com um carro alugado, parti à descoberta.


Foi assim que cheguei a Bruxelas, onde permaneci dois dias.
Incontornável, foi rever o Atomium.

Impressionante construção que remonta a uma Exposição Universal.

Chovia e era domingo de manhã.
Ainda assim, uma fila quilométrica ameaçava quem pretendesse entrar na estrutura.
Não gosto de filas. Não entrei, até porque, já o fiz há anos.
Vale, no entanto, a pena enfrentar a fila. O interior é  muito interessante  e justifica a espera.

Beijo
Nina