quinta-feira, 16 de maio de 2019

Chuva, frio, calor e vento

Isto hoje está assim, o dia amanheceu frio, depois choveu, a seguir o sol rompeu  e aqueceu e agora está uma ventania que leva tudo raso. Portanto temos um tempo para todos os gostos.

Tinha-me iludido, habituado à ideia que o calor viera para ficar e tratei da logística. Até pintei as unhas dos pés para, sem medo, adoptar as sandálias, mas não. Hoje arrepiei caminho.

A derrota foi absoluta - voltei às meias, escondi as unhas com  sapatos fechados e até  vesti gabardina, que, embora ligeira não deixa de o ser
A semana que agora se aproxima do fim foi agitada como já ontem dei conta, até porque, para além das rotinas tratei da tarefa que duas vezes ao ano me assoberba - refiro-me ao trocar de roupas, guardando o que foi de Inverno e resgatando o que é próprio do Verão. É uma trabalheira desgraçada.
Já tive a ilusão de que seria capaz de evitar o tormento se conseguisse , minimalista, ter pouca coisa, não me tentar com as novidades, ser comedida nas compras, destralhar, destralhar, destralhar.
Foi uma ilusão, porque não há como negar a natureza e eu, decididamente, não sou feita dessa massa.

Gosto de roupa, gosto de moda, gosto de coisas. E gosto durante muito tempo. E não me canso delas. O que acaba por me resgatar como desenfreada consumista.
A prová-lo, este conjunto, que  somados os anos  atingiria as dezenas - a blusa e as calças têm mais de 10 , a gabardina é do ano passado e só os sapatos são novos, mas, atendendo à sua cor neutra e estilo clássico e confortável, presumo que ficaremos juntos e felizes por muito tempo.


Acredito que numa outra vida, se as circunstâncias desta tivessem sido diferentes, eu teria sido  uma feliz costureira, criadora de moda, vendedora de roupa, ou outra qualquer dessas modernas profissões que envolvem trapos.

O conceito do slow sewing é-me querido.
 Remonta aos tempos em que se mantinha uma costureira em casa, uma modista para as ocasiões especiais, em que se visitava a loja de tecidos, se consultavam revistas, se decidia o modelo e se passava à execução que exigia tirar medidas e conversar demorada e detalhadamente com a especialista. Seguia-se a  primeira prova (cheia de alfinetes e picadas que ainda hoje perduram na minha memória), depois a segunda e só então, após um doce sofrimento que era a espera, se recebia o produto acabado.

Tratava-se então dos acessórios - sapatos e mala/carteira a condizer.

Jurássica!
É como me vejo com estes desabafos.

Mas, acreditem ou não, foi ontem que tudo isto aconteceu.

Tudo mudou com a generalização do conceito do pronto a vestir e, mudou vertiginosamento com o aparecimento das cadeias low cost. Imbatíveis, reconheço. Até porque praticam uma espécie de pirataria que lhes permite manter-se sempre na crista da onda no que a tendências diz respeito.
Perante a sua voragem consumista, considero-me um exemplo de contenção - comigo a roupa dura o que faz de mim uma péssima cliente.  Ainda assim, chamem-me tudo, mas não me chamem minimalista.
Que não sou.

Beijo
Nina

22 comentários:

  1. Pois é minha linda aqui também o tempo mudou, embora esteja bem melhor do que no norte. De tarde também fez muito vento.
    Esta mudança está aborrecer-me, domingo tenho uma cerimónia religiosa e já sabia o que ia vestir, agora com esta alteração estou de novo sem saber.
    Também gosto de roupa, mas tal como tu a minha roupa dura anos. Mas todos os anos vou acrescentando alguma coisa nova.
    Beijinhos.

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  2. Está muito elegante Nina!!!
    Hoje esfriou mas eu fui à piscina de sandálias... e apenas coloquei uma camisa de manga comprida!
    ...
    Recuso_me a regressar às roupas de inverno 🤗
    Bj

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  3. ME ENCANTA TU ABRIGO ES PRECIOSO.
    ACA DE MUCHO CALOR HOY LLUVIAS Y FRIO.
    NO SE CUANDO SE CALMARA.
    SALUDITOS

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  4. Até o tempo é psicopata.. kkkk já enerva :))

    Bjos
    Votos de uma óptima noite.

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  5. Agora temos as 4 estações do ano num só dia! Gostei do conjunto. :) Beijinhos
    --
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  6. A globalização tb chegou nas grandes cadeias de roupa
    Bjs

    Kique

    Hoje em Caminhos Percorridos - Que desespero!!!

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  7. Querida Nina: acho que não há quem seja minimalista no que diz respeito a roupas.É antiiiiga a piada da mulher que abre o guarda-fato cheio de roupa e reclama porque não tem nada para vestir.
    Adorei a tua gabardina e o look ficou muito elegante.
    Bjn
    Márcia

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  8. Também tenho andado a olhar para o roupeiro e a pensar que tenho de tratar dessa tarefa, de organizar a roupa para ficar tudo mais à vista no que toca à meia estação e eventualmente ao verão. E também não resisto a comprar sempre mais um "trapinho" sabe tão bem!! :-)

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  9. É sempre complicado analisar um post que foge um pouco ao registo que me é mais habitual comentar.
    Era mais fácil não escrever nada? Era!
    Contudo, a simpatia da Nina e acima de tudo a sinceridade desconcertante com que nos apresenta o seu quotidiano, levam-me a responder com total franqueza, quiçá com injustiça pois não sou o "Polícia da moda" mas sem cair na tentação do elogio fácil.
    A verdade é que não gostei do conjunto! Nada mesmo.
    As calças têm "qualquer coisa" que não lhe assentam bem. O salto do sapato, demasiado grande, lembrou-me um copo! O cinto pareceu-me muito descaído ou as calças muito subidas. Depois, falta contraste de cores, é tudo demasiado pastel, até a bracelete do relógio...só a cor das unhas fogem de tom (e se calhar até não deviam).
    A gabardina se tivesse menos 10 cm também não se perdia nada. E pronto, desculpe, há dias assim...mas sei que vai melhorar!!!

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    1. Jaime, obrigada pelo seu comentário, que, confesso me surpreendeu. Claro que o elogio fácil é o mais óbvio, por isso gostei de ouvir a sua opinião.
      O meu marido - homens!!!!" já fizera a mesma comparação, quando olhou para os maravilhosos sapatos novos. Parece um copo - declarou do alto do seu elevado sentiodo estético. E eu ri muito! Afinal é mesmo coisa de homens!
      Quanto ao resto, já se sabe - nada se salva, com excepção talvez para as unhas .Saiba o meu amigo que fiquei ufana com a produção em que misturei antigo com novo, numa refinadíssima declinação de beges- reduzi-la a uma sensaborona produção monocromática é, arrisco, coisa de homens.
      As calças, antiguinhas, são um must, com cintura subida, marcando a cintura como convem no corpo feminino - houve por aí uns energúmenos que decretaram as calças pela anca, com a particularidade de nos deixarem quase de rabo ao leu. Mas foram vencidos, exterminados e voltamos agora ao que a natureza impõe - a mulher tem cintura ( vulgo, curvas) e não um maciço corpo masculinizado.
      A gabardina é, por assim dizer, a luz dos meus olhos! Adoro-a, assim como se apresenta, a meu ver , nada mais nada menos que perfeita.
      Joaquim, permita-me o tom jocoso, mas não resisti.
      Sabe que tenho na minha carreira de blogger (amadora) eliminado os comentários rasteiros que tresandam a maledicência. Não é o seu. O seu é delicioso.
      Obrigada por comentar.

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  10. Olá Nina:)

    Linda elegante como sempre. Adoro os seus visuais.

    Bom fim de semana.

    Beijinhos grandes.

    Tina

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  11. Eu avisei que as unhas pintadas iam esconder-ser outra vez.

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  12. Ni modo, tenemos que someternos a los caprichos del clima.

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  13. Nina, penso que vocês precisam empacotar tudo ao final de cada estação que, aí na Europa é definida, dou graças a Deus por viver num lugar com uma única estação! No meu armário só roupas leves o ano todo. Ando numa preguiça que dá dó. Minimalista? Tentei imaginar você com esse rótulo. Mas nem em sonho! Nem eu, cruzes! Bjs

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    1. Helena querida, dá trabalho, oh! se dá! Mas é um imenso prazer, um eterno recomeçar. Além disso, adoro as estações do ano! Bom fim de semana. Beijinhos

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  14. Olá, Nina!
    Minhas roupas também duram vários anos. Não sou uma pessoa que tem roupa em demasia, tenho as que realmente uso e de vez em quando uma ou outra peça que me chama a atenção e ainda assim, tô sempre me desfazendo de alguma peça. Posso dizer, que me considero minimalista, tanto em relação a roupas, quanto outros itens.
    Um abraço
    Sônia

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  15. Oi Nina... elegante como sempre, desde as unhas ao look, chique/neutro mas nada minimalista, rsrsrs
    Beijinhosss

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  16. Um look muito elegante, e muitíssimo bem construído, Nina... também na escolha bem acertada, dos acessórios!...
    Eu ainda não terminei a minha troca de roupas... irei prosseguir com a mesma na próxima semana... tenho de me deslocar à Ericeira, esta semana... onde uma animada reunião de condomínio... requer a presença de todos... obras no prédio... é sempre um tormento, até todos, estarem de acordo... como levo mãe atrás... fico por lá, uns 3 ou 4 dias...
    Vi-me doida... para separar uma dúzia de peças... para lhes dar fins diversos, e levar para lá... o desapego em matéria de trapinhos... para mim, também é algo que me custa muito a praticar... :-))
    Beijinhos, Nina!
    Ana

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  17. Eu já fui muito consumista, era louca por sapatos e bolsa. Meu armário era um caso sério e minha mãe questionava a necessidade.
    Hoje já não compro tanto. Acredito que nem tanto ao exagero e nem tanto ao tal minimalismo. Minimalista eu seria se fizesse um ano sabático, tipo dar a volta ao mundo, então acho próprio e necessário, porque excesso de bagagens para mim, neste caso, não combinaria. Sou tão minimalista nas viagens, que raramente despacho malas. Eu e o marido.

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