quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Ainda em Gerona



Nas minhas andanças prezo tanto o as ruas, as pessoas, os hábitos e costumes, quanto prezo monumentos e museus.
Acho que é nas ruas que mais apreendo o clima do local, que mais me é permitido mergulhar num mundo diferente do meu.
Por isso ...


... mais ou menos ao acaso, fotografo gente, gente anónima que de importante tem o facto de pertencer àquele espaço.
... e, em calhando ...

... bichinhos lindos, como este "perrito" simpático, pronto para comigo trocar um "hola! qué tal?".



Em Gerona, pulsa forte o coração indomável da independência. Querem a todo o custo separar-se de Espanha. Que seja a bem, desejo eu, que muito tenho lido sobre a guerra civil espanhola.
Sei bem que os tempos e as circunstâncias são outros, mas ... acredito e receio que um fósforo possa acordar monstros adormecidos.
Que sei eu?


Sei que o desejo de independência paira no ar, se sente, se respira, sendo a língua o agregador por excelência.
Quanto a este símbolo - um laço amarelo - cobre paredes, portas e janelas.

Tudo ´transformado em suporte desse desejo - até t-shirts!


Continuando pelas ruas - caminhei muitos quilómetros - deitei um olho às montras .
Roupa não quero, nem faria sentido que a quisesse, porque o senhor Zara se encarregou há muito de globalizar a oferta, mas outras minudências captaram o meu interesse:


Leques, não!
Mas novelos, esses nunca são demais!
É assim uma espécie de "panca" - gosto de me abastecer de lãs, não vá dar-se o caso de ocorrer uma crise e eu, tricotadeira de mão cheia, ver-me-ia desprovida de munições.
Isso nunca!
Jamais (jamé, em francês))!

Um galinheiro!
Gosto de galinhas. Acho-as extremamente decorativas. Seria o paraíso para uma amiga que as coleciona e possui centenas.Limitei-me a olhar e a fotografar.
(tralha, não! Mais tralha, dispenso)
Comer!
Isso sim!
Gosto de comer o local.
É cultura.
E se for delícia, melhor ainda.

Como esta salada!
Oh! coisa dos deuses!
Com queijo de cabra, mel e frutos secos!
(neste preciso momento - confesso - salivo abundantemente.)
Quase me babo, a dizer a verdade!


Almoço ingerido havia que tratar da digestão.
Nada melhor que subir a íngreme encosta que conduz à catedral e à zona monumental da cidade.





Dizer que é linda é dizer o óbvio.
É fantástica na sua imponência em pedra.
Todas as vezes que passo por Gerona, subo esta encosta feita de rampas e escadarias. E sempre reajo com um suspiro de espanto e reverência.

O ambiente tem o seu quê de mágico, na sua tonalidade rosada que envolve edifícios e pessoas.
Tudo é rosa, como em certas cidades italianas.
Azul, só o céu.








De Gerona é tudo. É nada face ao que essa linda tem para oferecer.
É tomar a decisão e rumar até lá.
Como eu. Que não me canso de voltar.

Beijo
Nina

Gerona, tão linda, tão diferente



Gerona, na Catalunha foi uma cidade que aprendi a descobrir e a gostar.
Com situação estratégica privilegiada para quem entra ou sai de França, transformou-se no local de pausa onde dormimos e passamos algumas horas.

Nesta última saída em Agosto, repetimos o esquema - depois de 3 dias em Salamanca, segui-se Zaragoza (igualmente fascinante) e depois Gerona.

Estava um calor infernal.
Instalámo-nos num hotel relativamente central, com possibilidade de chegar ao centro caminhando, agradavelmente moderno e confortável:





Da cadeia AC, que conheço por repetidas experiências, oferece garantia de qualidade.

No dia de chegada, a meio da tarde, aproveitámos a piscina e o terraço para descontrair, só depois seguindo para o centro da cidade.

A parte histórica- uma área enorme - é exclusivamente peatonal, dispondo de parques de estacionamento que descomplicam a visita.
Encontra-se religiosamente preservada em termos arquitetónicos e aos transeuntes não faltam locais de interesse.

Recorrentes são estas arcadas - protegem do calor e do frio neste local de extremos climáticos





Das artérias principais derivam ruelas estreitíssimas ...





De momento, o grito independentista catalão está, orgulhosa, ferozmente,  por toda a parte...


Apetece parar, sentar, beber, refrescar. Apetece muito. Apetece a toda a hora.
Então, sentem-se:























Depois, há o rio. E as pontes. Tantas pontes ...



Nas margens o casario. Verdadeiro. Sem arrebiques...








No rio, inacreditavelmente cristalino, patos, patos felizes ... e peixes e vegetação.


Amanhã, continuo.
Se me acompanharem, vou apreciar a companhia.

Beijo
Nina






segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Arribas do Douro

 Saindo de Salamanca, são 200 km no total, esta visita lá, onde o Douro já é rio. Chama-se Aldeadavila de la Ribera, a localidade onde, do alto, de muito alto, pode ser observado.
Já aí é linha de fonteira, ficando, do outro lado, Freixo-de-Espada-à-Cinta.



Lá chegados, no posto de Turismo, recebi indicações. Recebi ainda a decepcionante informação que, o barco responsável pelos cruzeiros saíra há 10 minutos e que, apenas às 18h haveria outro. Foi mau!



Face à impossibilidade do passeio fluvial, aventurámo-nos por caminhos e miradouros com paisagens espetaculares.




Até ao momento em que foi chegada a hora de almoçar.
Na povoação apenas um restaurante aberto. Repleto. A rebentar pelas costuras. Sem previsão possível de atendimento. 


- Logicamente que na estrada de regresso não faltam restaurantes, certo?
- Errado!
Nada!
Tudo "cerrado".
- Em pleno Agosto? Não percebo!



Num posto de abastecimento de gasolima, comprei uma garrafa de água e um pão.
Foi uma espécie de açorda.


Açorda, mais um conjunto de paisagens magníficas.


Porque diabo não seguimos para Freixo-de-Espada-à-Cinta?
Porque avaliámos mal a situação.
E ficámo-nos pela açorda.
E ainda com as vistas deslumbrantes.

Beijo
Nina