sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Vejam como é linda ...

... única, espetacular, maravilhosa, diferente, a minha cidade:

Porto

Assistam ao vídeo e deleitem-se!

Beijos,
Nina






quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Dresden

É uma cidade situada no nordeste da Alemanha, que impressiona, pela majestade dos seus monumentos, pelas pinceladas próprias que, em cada recanto, espreitam, pela marca da ocupação soviética, pela modernidade pulsátil, pelo charme do antigamente, tudo misturado, numa sopa requintadíssima, única, inesquecível.

Passei lá cinco dias, no início de Agosto.

O tempo não foi simpático.
De dia, um calor abafado, subitamente interrompido por fortes quedas de chuva.
À noite, a temperatura descia vertiginosamente e um vento polar afastava das ruas os transeuntes.

Assim mesmo, os olhos encheram-se de beleza e é essa beleza que perdura na memória.

Enquanto que nas grandes cidades se faz o City Tour a bordo de um veículo motorizado, aqui não!
Aqui, uma parelha de cavalos puxa uma carroça de dois andares onde se instalam os turistas.
Na frontaria de um edifício, um mosaico testemunha a memória da divisão da Alemanha do pós-guerra, quando, ocupada pela União Soviética, a ideologia no poder, ostentava os seus símbolos e os seus princípios, também na arquitetura.

Majestosa, maravilhosa, a Frauenkirche ocupa toda uma praça.
Em seu redor, minúsculos, os turistas gravitam seduzidos pela sua beleza.

Os restaurantes antigos são assim, meticulosos nos pormenores, requintados no serviço.

E a comida é divina!


Nas ruelas antigas, vedadas ao tráfego, obras de arte de carne e osso atraem a atenção e os euros dos turistas.

Em cada ângulo, uma surpresa, um pormenor inesperado, como o arco que suporta uma espécie de ponte, que afinal, é uma rua.
A mitologia clássica, perfeitíssima, adorna o interior do Zwinger,  palácio barroco do século XVIII, um dos pontos fortes da visita a Dresden.
Atualmente, o edifício abriga quatro museus.
Foi severamente danificado pelos bombardeamentos dos aliados durante a 2ª Guerra Mundial.
O Zwinger tem a forma geométrica de um quadrado, desocupado no centro, onde se situa uma fonte, exuberante na sua decoração:
O Banho das Ninfas, é o seu nome.

Vista de conjunto de uma das paredes laterais

Grande plano de uma das ninfas

Nas margens do Elba, o rio que atravessa a cidade, têm lugar, ao fim de semana, concertos com bandas  nacionais.
O entusiasmo é enorme e multidões ocupam os relvados das margens do rio, quando não acedem ao local preparado para o espetáculo.
Estes são os meninos que garantem a segurança ... uma graça!

Faço questão de, ao visitar uma cidade, não me limitar aos monumentos e museus, mesmo quando, a cidade é Dresden, conhecida como Florença do Norte.
Gosto de sentir a cidade, misturando-me, anónima , com os seus habitantes, em restaurantes que não privilegiem os turistas, em jardins onde se apanha sol na relva, nos mercados onde assisto às compras e imagino os cozinhados.

Foi assim, em Dresden.

Beijos,
Nina

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O CÉREBRO MASCULINO E O CÉREBRO FEMININO

Da  Rita, Retrato a Sépia, amiga querida que acompanho quase desde o início desta aventura na blogosfera, recebi este hilariante e irresistível vídeo, que prova, uma vez mais, e de uma vez por todas, como somos diferentes dos meninos:

http://www.youtube.com/watch?v=RLbOuHX8rMA

Não pretendo, com a insistência no tema, passar a impressão que tenho algum tipo de ressentimento, algum disfarçado propósito vingativo, que acalento a ideia de um qualquer ajuste de contas.
Credo!
Nem pensar em viver num mundo só de mulheres em que o conceito de Amazona dominadora se espalhasse transformando os nossos meninos em presas indefesas de tenebrosas megeras.
Não! Eu gosto muito dos meninos, acho-lhes graça, inspiram-me cuidados maternais, acordam o meu lado protetor.
Não gosto, não suporto, detesto, odeio GRUNHOS, essa espécie em vias de extinção que se considera superior apenas porque, na idade das cavernas, da qual, na realidade nunca se libertaram, treinando os músculos, como caçadores, ganharam endurance, que, a mulher, procriadora e cuidadora, não desenvolveu.

Hoje, perante a lei, temos os mesmos direitos!
Mas, pergunto, quando a lei não se encontra vigilante, como é que é?

Não me apetece recorrer à casuística  que, sem disfarce, apresenta números... Indispõe-me pensar no assunto.

Prefiro testemunhar jovialidade e inteligência do protagonista do vídeo que se limita a satirizar a sua própria realidade.

Vale mesmo a pena assistir.
Obrigada, Rita!

Beijos,
Nina

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Mulher = Multitask

Está provado, dizem, que o cérebro feminino é diferente do masculino.
Assim, enquanto que o homem apenas consegue desempenhar  uma tarefa de cada vez, a mulher, ao contrário, tem a capacidade de prestar atenção e concluir várias tarefas simultaneamente.
Nas minhas recordações, vejo-me a embalar um bebé, segurando-o com um braço, enquanto com o outro, mexia o conteúdo de uma qualquer panela na cozinha, para não citar uma lista de situações em que se multiplica esta capacidade.

Depois de ler um comentário ao post "SE", que ontem publiquei (Reflexos), fiquei a refletir sobre este assunto e várias questões surgiram, para as quais não tenho resposta e a que apenas consigo responder com outras questões, outras dúvidas...

Assim, segundo Darwin, para garantir a sobrevivência da espécie, os seres vivos evoluem no sentido desse sucesso, desenvolvendo capacidades que lhes permitem sobreviver.
Surge então a  questão:
- Será que o cérebro feminino possui as capacidades que se lhe reconhecem, apenas por determinação inicial, ou, por outro lado,  para sobreviver, não precisou de desenvolver competências mais alargadas?

No caso de Emerenz Meier, pelas suas palavras, não depreendo que ela apreciasse particularmente a faceta multitask, pelo contrário, depreciava o género masculino em geral, que em oposição a si própria não se prendia com questões menores e se limitava a ser génio.

É que é muito mais fácil ser génio, quando a comida aparece pronta sobre a mesa, a roupa lavada e a casa arrumada, como que  por milagre.

Como dizia, outro dia , uma corredora de automóveis cujo nome me escapa,a ela, era-lhe, sempre, cobrado muito mais que aos seus colegas homens.
 Segundo as suas palavras, se o seu desempenho falhava era porque " ...coitada, é mulher...", enquanto que os desastres masculinos se deviam ao facto " do Benfica ter jogado mal!"

As grandes poetisas da nossa literatura, como Florbela Espanca e Sofia de Mello Breyner, que reverencio em doses iguais, não são exemplo do chamado multitask.

A primeira, foi uma mulher muito à frente do seu tempo, casada e divorcida várias vezes , seguramente, não se prendia com minudências como a lavagem da roupa ou a gestão da casa.

A segunda, Sofia, a divina Sofia, vivia noutro mundo!
Aristocrata de nascimento, pairava acima do comum dos mortais, e os próprios filhos testemunham que, rua abaixo, frequentemente os perdia, perdida nos seus sonhos, nos seus pensamentos mais delirantes.

Daí que a minha homenagem a Emerenz Meier que, em pleno século XIX se atreveu a proclamar que " O rei vai Nu" me pareça justa,reconhecendo nela uma arauta dos nossos mais justos direitos, que se atreveu a ser mulher e escritora, que se transformou numa bandeira a favor dos direitos femininos, que fez a parte dela.

Façamos nós a nossa!

Beijos,
Nina

domingo, 21 de agosto de 2011

Se ...


Se Goethe tivesse que preparar o jantar e temperar os pudins;
Se Schiller tivesse que lavar os pratos;
Se  Heine tivesse que remendar a roupa rasgada, limpar os quartos e matar os percevejos ...
Oh! Os homens, nenhum deles,  se teriam tornado grandes poetas.


Assim reza esta placa, citando Emerenz Meier, filha de um estalajadeiro, nascida a 3 de Outubro de 1874,
em Schiefweg, na floresta bávara.
Tornou-se conhecida para além dos limites regionais, através das suas narrativas e poemas.
Em 1902/3, foi proprietária do pub para artistas " Zum Koppen Jaeger ", localizado em Braugasse, Passau.
Por razões económicas, acompanhou a família que emigrou para Chicago, em 1906.
Aí, casou duas vezes, tendo tido um filho, fruto do primeiro casamento.
O trabalho artístico da poetisa foi prejudicado pelas condições económicas difíceis que enfrentava para se sustentar.
Emeren Meier morreu a 28 de Fevereiro, em Chicago.


O seu busto, bem como a placa que traduzi, perpetuam a sua memória nas margens do rio Danúbio, na encantadora cidade de Passau.
A sua visão progressista sobre a sociedade em que vivia, transformaram-na num ícone, voz da denúncia e revolta feminina, face a uma situação secundária vivida pela mulher.

Pena que tão pouco tenha mudado em tanto tempo.

Beijos,
Nina

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Os pilares da terra ...

A obra notável de Ken Follet, desenvolve-se na Idade Média, essencialmente na Grã-Bretanha, sendo o seu fio condutor a construção de uma catedral, melhor, da Catedral, aquela que haveria de ser a mais imponente, a de mais improvável realização, a mais utópica, cuja torre, pela sua desmesurada altura, seria avistada de qualquer parte do reino.
Foi, seguramente, uma obra que li com muito interesse, que, certos trechos, devorei com avidez, que recomendo com o maior entusiasmo e que, me abriu uma janela de profunda curiosidade perante a construção das catedrais, as quais, anteriormente, contemplava esmagada pela sua grandiosidade, mas sem me questionar sobre as peripécias que haviam envolvido a sua construção, assim como quem contempla uma montanha, ali colocada por determinação divina ou, quando muito, por capricho geológico.

Aqui, na Europa, são muitas, louvando a Deus, simbolizando o Seu poder numa mescla ténue, com contornos mal definidos com o poder temporal ...
Quanto mais poderoso o rei, mais imponente a catedral...

Repito, após a leitura de " Os Pilares da Terra ", passei a olhá-las com outra curiosidade, com outros olhos.
Na viagem pela Europa que concluí, cruzei-me com muitas e em todas entrei, atraída pelo mistério que encerram, pela mensagem que simbolizam, numa mescla de louvor a Deus e engrandecimento do senhor a quem se deve a sua edificação.



Esta é a Catedral de Clermont-Ferrand, uma cidade industrial em França.
O seu exterior negro contrastando com o colorido da cidade velha, assim como a sua localização elevada atraem todos os olhares, todos os pensamentos, todos os habitantes do burgo, como refúgio físico de categoria divina.


O interior eleva-se em direção ao céu.
A penumbra é quebrada pela luz colorida que atravessa os vitrais.
É gótico, o seu estilo.
Ao espírito é proporcionado o ambiente que entreabre a porta da esperança do paraíso.
O homem não está na terra apenas destinado ao sofrimento e, quando sofre, o templo que o acolhe é apaziguador.



Além disso, há música.
Música celeste que ecoa do majestoso orgão, encimado por colorida rosácea, esperança de festa na vida eterna.



Como se de banda desenhada se tratasse, as cenas bíblicas são reproduzidas assim, aos quadradinhos de cor, fruto do génio de artesãos iluminados e de projetistas que pretendiam congregar a sociedade num espaço.que sendo de culto, era, também, acolhedor e festivo.

Admirar as catedrais, com todo o respeito subjacente pelo que representam, pelo trabalho que envolveram, pela genialidade do homem que sonhou fazendo com que" a obra nascesse", mas também com o olhar curioso de criança que com legos imagina,  faz e desfaz o real absurdo, e vê super heróis onde os adultos vêem apenas figuras sacrossantas, é muito, mas muito divertido.

Beijos,
Nina

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Nos arredores de Bordéus ...


... há um lago.
Nas suas margens, um calmo hotelzinho, sem pretensões, mas agradável e muito tranquilo.
No lago, vivem patos, muitos, famílias inteiras que deambulam ao sabor de inexplicáveis caprichos.
Quando o sol se põe, o lago incendeia-se.
Nesse momento, o mundo para.
O silêncio desce, o ar rosado inebria.
Flutua-se face à harmonia absoluta da natureza.
Os sentidos apaziguam-se, só eu e o lago existimos.
Saio de dentro de mim e observo.
Num nível superior limito-me a ser.
É mágico, divino, sobrenatural.
A mão de Deus toca-nos e liberta-nos.

"Um dia quebrarei todas as pontes...", proclamava Sofia !
Seguramente, num ambiente como este!


Um dia quebrarei todas as pontes
Que ligam o meu ser, vivo e total
À agitação do mundo irreal
E calma subirei até às fontes.



Irei até às fontes onde mora
A plenitude, o límpido esplendor
Que me foi prometido em cada hora
E na face incompleta do amor.



Irei beber a luz e o amanhecer
Irei beber a voz dessa promessa
Que às vezes como um voo me atravessa
E nela cumprirei todo o meu ser


Beijos,
Nina