domingo, 18 de novembro de 2012

Que sábado louco!

Começou com desusada alvorada às 7 da manhã, seguida de uma vigem a todo o vapor até Lamego. Aí, uma reunião anual de antigos alunos do colégio local. Foi bom reencontrar pessoas, almoçar muito bem, comer e beber um pouco além da conta.
Passarinhando pelas ruas antigas, com comércio tradicional, com frio, mas sem chuva, descobri que Lamego é uma terrinha  simpática onde poderia e gostaria de viver.
É provinciana quanto baste para marcar um tranquilo ritmo de vida (nem sequer tem Zara...), mas suficientemente perto de grandes centros para não forçar ao isolamento.
Com as imensas dificuldades que os grandes centros implicam, pareceu-me, assim de repente, que uma retirada estratégica para cidades do interior pode ser a solução para grande número de problemas.
Foi assim, sem magicar, que esta perspectiva de mudança de vida associada à mudança de local de habitação se me apresentou.
Vive-se com mais tranquilidade, muito mais barato e os recursos acabam por ser mais abundantes do que nos superpopulosos centros urbanos.
Não sei por que não encara esta possibilidade o batalhão dos que, em dificuldade, persistem em permanecer nas grandes cidades. Não sei!

Beijo
Nina













sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Onde dependuro este quadro?


Pelas razões mais diversas, tenho vindo a  acumular quadros.
Enchi e preenchi paredes, até ao momento em que as esgotei.
Não tinha sobrado mais nenhum espacinho.
E, o certo é que, as paredes iam recebendo quadros para ficarem bonitas, não atafulhadas.
Foi então que tive assim como que uma espécie de inspiração.
Reservar paredes, do solo ao teto, para acolherem as pinturas.
Como se de uma espécie de galeria de arte se tratasse.
Ainda há espaços a ocupar. Que venham mais pinturas, visto que este é um processo dinâmico.

Vi aqui  e aqui  soluções similares à que adotei e que continua em curso.
Aconselho uma visita a ambos os blogs, senhores de muita qualidade e imenso bom gosto.

No declive de umas escadas, iniciei a exposição ...

...que dispõe, ainda, de alguns lugares vagos ...

... mas que, ainda assim, resulta numa composição colorida e muito agradável.

Noutro lanço de escadas, seis quadros rigorosamente iguais, alinham-se, perfilados.


Numa sala de estar, toda uma parede, recebe  um conjunto diverso.

São recordações de viagens, pinturas naif e até bordados e aplicações de tecidos, como é o caso destes dois trazidos da Venezuela.

Aqui, uma sala de estar, de trabalho, de televisão, de música, mobilada com peças de uma antiquíssima sala de visitas de  antepassados familiares, este grito de cor quebra a seriedade do espaço.

Quem, como eu, gosta de decoração, quem, como eu, acha que essa é uma tarefa permanentemente inacabada, dar início a uma galeria de pinturas é divertido e gratificante e, sempre que nasce um novo irmãozinho para se juntar à família iniciada, nasce, também, um bom motivo para festejar.

Beijo
Nina

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Como eu estava dizendo ...


... é muito bom, muito prático, muito inteligente, muito económico investir umas horas na cozinha, mesmo para quem tem alergia a esses domínios. 
Mesmo para esses, é bom! 
Engolem de uma vez o sapo, o que custa muito menos que fraccionar o tormento por cada dia da semana.
Para quem gosta de cozinhar, continua a ser uma boa aposta, porque, inovar, inventar e criar na cozinha, é muito lindo, mas perder horas diárias cozinhando a mesma sopa, descascando os mesmos vegetais, picando as mesmas  cebolas e alhos, não tem a menor graça.
Daí que, investir umas horas no básico é imensamente libertador.
Depois, é só sermos maravilhosas, disponíveis, criativas e sem sombra de cheiro a refogado. 
Não se pode exigir mais da vida!


Mostrei, há dias, na minha requintadíssima panela/caçarola  Le Creuset (comprada num momento de absoluta insanidade mental!), a preparação de uma carne picada com diversos legumes.
 Em quantidade industrial!
Bem temperada e lentamente cozinhada!
Perfeita!
Pronta, voou para o frio, numa caixa hermética.
Já foi jantar: Pasta à bolonhesa.
Foi só cozer a massa, al dente, evidentemente, colocar no prato e guarnecer com uma generosa quantidade de molho de carne (o picado...).
Depois, uma mão cheia de queijo ralado e eis-nos em Itália.

O picado subsiste no frio.
Para variar e exibir uns ares de grande chefe, foi chamado ao palco, hoje.
Para rechear frango. Uns franguinhos "de leite", servidos um por comensal.
Os galináceos, bem temperados, aguardaram 12 horas no frigorífico.
Esta manhã, foram instalados numa cama de cebola e alho e recheados com o picado.
Voaram, então para o forno. Durante 1h 30m, a 180 graus.

De costas ...

... de peito, lá ficaram a amolecer e bronzear.
Quando chegam à mesa, provocam abundante salivação.
Porém, os suspiros só se soltam quando, esventrados, exibem um suculento recheio de carne picada, estufada com legumes e refrescada com vinho.
Tempo na cozinha?
Menos de 15 minutos, que os cocorocós não precisam de companhia enquanto assam.

E, na caixa hermética, mantem-se o tesouro.
Amanhã será empadão e depois, talvez lasanha.
Esta é uma história que acaba bem, daquelas em que "foram felizes para sempre", sem repetir pratos, sem desesperar na cozinha, sem cultivar pela culinária ódios de estimação.

Com o arroz, o processo e o sucesso são idênticos. É cozinhar em quantidade, guardar no frio e aquecer no microondas o apenas necessário.
E com a sopa...
E com as massas ...
E com o bacalhau que se coze e desfia sendo paulatinamente utilizado...
E com os bolos, que congelam lindamente...
E ...

Beijo
Nina

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Para sorrir...


Se estar viva, com saúde e em paz, não fosse o suficiente para trazer um sorriso de orelha a orelha, estampado na face, outros motivos surgiram


Este ...

... aqui aberto, para não deixar lugar a dúvidas. Um IPAD!

E este. Um feto recém- nascido, que promete pujança futura.

O Ipad!
Achei graça, muito cómodo, muito prático. Quase uma agenda grande, cabe em qualquer bolsa. E é ver-me, na pausa do café matinal, consultando o blog e digitando respostas aos comentários.
É certo que já me causou um pequeno dissabor, selecionando palavras que não digitara (perdão, querida Leninha!), mas, jurássica, confronto-me atabalhoada com os fulgores da tecnologia de ponta. A avaliação é muito positiva. Não me vejo a sair de casa desprovida da maquineta. Logo eu que tenho a mania de aproveitar o tempo ao minuto. Repito, tem muitas, muitas vantagens.
Jurássica, volto a repitir ( que o adjetivo caiu-me no goto ...), não domino a coisa.
Digamos que é mais a coisa que me domina a mim, mas, lá iremos.

Outro sorriso rasgado, nasceu perante a oferta desta plantinha. Deu-ma uma pessoa de quem gosto muito. Trabalha aqui em casa há anos e tenho por ela um sincero carinho. Acho que é recíproco.
É uma prenda que não se compra. Divide-se. Havia lá em casa uma planta mãe e ela, a minha querida D. M.J., deu-se ao trabalho de a dividir e replantar. E trouxe-ma. Foi para um lugar de destaque na minha sala que é para onde vai tudo o que transcende o material. Sem problemas decorativos. Só afetivos. Olho para ela e sei que alguém me quer bem. Não tem preço. E provoca sorrisos que é um excelente exercício muscular anti- rugas.

Outro sorriso aflora sempre que, baralhada, me confronto com o acordo ortográfico. Não me tira o sono, só me baralha ... Com hífen ou sem? Duas palavras ou uma? Poderia consultar um prontuário, mas, pura e simplesmente, não estou para isso.
Já sei, sempre soube, que o dicionário é um cemitério de palavras. Sempre soube que a língua é uma entidade viva em permanente evolução. Nunca fiz bandeira do estático. O que me parece ridículo é mudar a norma por decreto.
É anti-natural( lá estou eu com dúvidas...)
Que não me atormentam, que não me tocam.
O erro , a ocorrer, deixa-me indiferente ... quase divertida. Não é, seguramente, esse o tipo de erro que me classifica. Mais depressa classifica os mentores da leizinha  aleijada.

Continuo a sorrir!

Beijo
Nina

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Das 14 às 17, na cozinha!


Gosto de cozinhar! Descontrai-me, diverte-me e tranquiliza-me, dada a quase certeza de que, cumprida a receita, o resultado será bom.
Já não gosto tanto da rotina diária, das sopas, dos arrozes, dos grelhados, do trivial...
Assim sendo, procuro engolir o sapo o mais rapidamente possível, despachando por atacado o que não pode deixar de ser feito.
Por isso, passei 3 horas na cozinha!
Mas rendeu, oh! como rendeu!



De uma amiga, daquelas com quintas, recebi uma considerável quantidade de feijão.
Depois de escolhido, porque, ecológico como é, vem carregado de pedrinhas, foi lavado e deixado de um dia para o outro, em água, para hidratar e duplicar o volume.
Hoje foi cozido.

Seguidamente, guardado em frascos mal cheios. Depois de arrefecer, congelador com ele.
Mais prático, impossível.
Feijãozinho sempre pronto quando necessário.

Enquanto a leguminosa fervia, tratei da sopa de legumes.

Grande variedade de legumes que será reduzida a creme.
Tenho sopa para 3 ou 4 dias

À parte, um refogado com muita cebola, alho e pimento.

Fritando lentamente.
Para quê?

Para cozinhar uma enorme quantidade de picado que entrará na confeção de uma vasta variedade de pratos.
Guarda-se no frio e depois, é empadão, pasta à bolonhesa, lasanha e o que mais me ocorrer.

Para a sobremesa, Macarons de chocolate!

Com uma pequena quantidade de massa, consegue-se cerca de 18 bolinhos.
Só levam claras (3).
Há que dar destino às gemas que não convivem bem com o frio.

3 gemas, é o número certo para preparar uma bela travessa de aletria, pobre em colesterol.
Ei-la ainda crua, em meada.
...e aqui, suculenta, polvilhada com canela, pronta para deliciar.
Esta é uma preocupação. Rentabilizar o tempo, sem perder de vista a gestão racional dos produtos.
Aprendi à minha própria custa que vale bem a pena dedicar umas horas consecutivas a tarefas pouco agradáveis. As mais-valias são importantes. Dias seguidos em que o trabalho na cozinha se resume a um par de minutos em frente ao fogão.
Assim, é fácil gostar de cozinhar.

Beijo
Nina

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Frio, tricô, jacquard, pretensões, incompetência ...


Então, é assim:
Quando chega o frio apetece-me tricotar em frente à TV.
Acho relaxante e apaziguador. Acalma-me os ímpetos de não saber o que quero, com as neblinas de novembro.
É terapêutico.
Vai daí, desfolho revistas. Tenho remas, montes. Guardo-as, ciosa, certa que acabarei por lhes dar uso.
Um serão foi gasto a revisitá-las.
Até que achei!



Gostei deste casaco compridão, fofo, numa bela mistura de cores.

De revista em punho, dirigi-me à loja!
Comecei o tricô.
Primeiro a aba inferior num ponto de arroz gigantesco.
Correu bem!

Depois, havia que iniciar o esquema em jacquard. Não correu nada bem. Fiz e desfiz várias vezes. Falhava-me qualquer detalhe e a conta não batia certa.

Ora, o previsto, era relaxar, não era? Que eu assim meio p'ró tristonha não devo ser contrariada, cogitei.
 Dando uma última oportunidade à (in)competência, conclui que era muita pretensão minha levar a bom porto tal incumbência.
E como o que não tem remédio remediado está, voltei à loja. Devolvi as cores. Trouxe apenas o cinza e, em vez de um casaco colorido  vai aparecer uma sóbria peça cinzenta, com muito charme, muito chique (espero!).

É lindo!
Faz-se sem esforço, sem sapiência, sem ataques de nervos! E segue de vento em popa!
Uma das frentes já cá canta.
Agora é enrolar os novelos e relaxar, vendo o casaco a crescer sem qualquer esforço.

Claro que mostro, logo que pronto.

Beijo
Nina


domingo, 11 de novembro de 2012

Domingo!


Vamos sofar! Isto é, passar a tarde no sofá! Posso gastar todas as horas que muito bem entender, ali, no meu canto do sofá, mas acontece que, só ao domingo, ele tem este gosto único.
Para o atingir, há passos imprescindíveis, que começam por tirar os sapatos. Ao domingo, nada de sapatos.



 Estas meiinhas, com antiderrapante, são parte do esquema. Sem sapatos, salta-se para o sofá com o a liberdade  de um gato.
Se houver uma mantinha fofa por perto, melhor.



Depois, com o tricô libertador entre mãos, as séries gravadas, sucedem-se na TV, uma a seguir à outra.

De repente, porém, apetece intervalar.




Fazer pão, por exemplo, enriquecendo  a receita original ao sabor do impulso.
A este pão rústico acrescentei sementes de sésamo e um monte de uvas passas.
A casa enche-se, então, com o perfume irresistível do pão recém cozido.
Apetece chá e uma fatia de marmelada que, de jovem, ainda não endureceu na consistência que a perpetuará até aos próximos marmelos.


É assim que gosto dela, sem rigores de fatia, quase espapaçada sobre o pão.

E depois há as castanhas, que hoje, São Martinho, é tempo delas. Cozidas ou assadas, tanto faz, após uma, come-se outra, num ritual sem quebras.

Castanhas e amêndoas com casca, desafiando determinações e força para romper a dura casca.
A nota de cor, a vitalidade do vermelho,vem das romãs, mais romãs, rainhas do outono.

O domingo está a acabar.
Lá fora, noite escura.
Só para a semana há mais!
Que isto das delícias não ocorre quando se quer, não!
É preciso que seja domingo!

Beijo
Nina