domingo, 15 de dezembro de 2013

1005 - Compota, mais compota!

 Comprei meloa, não melão, que a meloa é mais doce e não decepciona e blá blá, blá blá!
Do Brasil, assegurava o rótulo.
E eu não gosto! Não gosto de comprar o que quer que seja que, para chegar às minhas mãos, atravesse o oceano e estagie no frio e no calor e seja tudo menos o que se espera que seja.
Mas precisava! Para acompanhar presunto, é a minha desculpa.
Então, hoje ao almoço, fui-me a ela, à meloa!
E saiu-me uma coisa meio dura, meio sem gosto, meio sem aroma, incomível!
Um desconsolo!
Bem feito, para não ser teimosa e insistir no erro!
Porém, para que o desgosto não seja completo e a perda total, a dita, a meloa, com uns tantos kiwis vai virar compota!
E parece-me bem!


A proporção mantem-se:
- Açúcar e fruta em pesos iguais!
Ferver, fervinhar, melhor dizendo, sem pressa até se alcançar o ponto, o tal ponto, o Pontode Estrada.
E assim nem tudo está perdido.
Acontece que confiei demasiado na sorte ( uma vez mais ...) e não prestei a devida atenção à panela.
Distrai-me e se há coisa que as compotas não toleram é a distração!

Carentes, exigem atenção e companhia.
Deixe que a mistura fervesse um pouco mais que o necessário. Consequência? A compota ganhou consistência de quase rebuçado!
Tudo perdido?
Não!
Juntando, aos poucos, um copo de água quente, mexendo sempre para que a mistura fique homogénea, readquire-se o ponto desejado.
Mas fica o aviso:
- Compota exige açúcar, fruta e atenção, tudo em doses iguais:

Ficou assim!
Beijo
Nina

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

1004 - Acessórios!

Eu acho que os acessórios são fundamentais!
Falo de cintos, lenços, echarpes, chapéus , luvas e malas.
É disso que falo.
Mais do que entrar na voragem consumista do vestido novo, acho que a utilização dos acessórios dão cara nova ao mais antiguinho vestido.
Daí que me parece sensato comprar pouco, mas de qualidade.
A Zara, por exemplo, recebe mercadoria à segunda e à quinta-feira:
- Isto é uma provocação perversa, sem tamanho... tipo aranha à espera da mosca incauta.
A pessoa entra, gosta, tenta-se, até porque " ... não é caro" e no final descobre que o armário está repleto de peças cansativas e de má qualidade que, ao fim de meia dúzia de utilizações perdem a graça e mostram a sua verdadeira face, a face do "farrapo".
Não é que uma comprita ou outra, na Zara ou noutra loja do mesmo nível, não faça sentido, porque faz.Na verdade, às vezes, basta um detalhe (baratinho) para dar alma nova a um conjunto.
Contudo, fujo da quantidade e privilegio a qualidade.
Aliás, nada me aflige mais do que um armário a abarrotar de tralha.
Neste, como em tantos outros domínios,não há dúvida de que o menos é mais.

Voltando, então aos acessórios, tenho-os em elevada conta e, confesso, em elevado número!
No nosso Inverno rigoroso, quase é possível fazer uma viagem no tempo, uma viagem ao tempo em que as mulheres usavam luvas, punham chapéu e não dispensavam os glamorosos lenços em volta do pescoço.
Assim, ainda que vistamos jeans, botas e blusão motard, as luvas que vestem as mãos, na minha opinião, elevam o conjunto.
E os lenços, que dizer dos lenços envolvendo o pescoço?

Este, muito colorido, numa seda pesada, alegra  qualquer conjunto por mais tristonho que seja.
Além disso, transmite uma mensagem ... a mensagem de que a dona do lenço é pessoa que se cuida, que atenta no aspeto, que preza o que é bonito. 
Além de gostar de acessórios, por todas as razões que já enunciei, gosto muito de gente cuidada, que cultiva o bom gosto, que é uma opção de vida.

Nenhum filme, nenhuma série, me agrada mais do que os chamados " de época"!
Por exemplo, o Downtown Abbey,  é insuperável!
Bem sei que nesse caso, o bom gosto aparece associado ao dinheiro, mas, tenho a ingenuidade de acreditar que não se trata apenas de uma questão de dinheiro.
Ou será que o bom gosto se compra?

Beijo
Nina

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

1003 - Ponto pipoca ou rosinhas de Portugal


Referi ontem o Ponto Pipoca, depois deste me ter sido aconselhada pela minha amiga Rosa ( http://arosanajanela.blogspot.com.br/), a minha/a nossa fada madrinha, sempre disponível para partilhar, ajudar, ensinar.

Da Teresinha, a minha querida Teresinha ( http://dasmaosdateresinha.blogspot.pt/ ), que sabe os segredos, os truques todos do tricô, chegou-me o esclarecimento de que, o Ponto Pipoca, mais não é que o ponto Rosinhas de Portugal!
Curioso, não é?

Designação à parte, o importante é preservar e divulgar o ensinamento.
Parti, pois, para o lado prático da coisa!


Começamos por montar um número de malhas múltiplo de 4, mais duas  malhas para as orlas.
Feito!

Congeminamos, então o pontinho, propriamente dito, assim:
Na primeira malha, fazemos 1 ponto meia, 1 ponto liga (tricô  no Brasil) e um ponto meia.

Seguidamente, tricotamos juntos, em liga (tricô) os 3 pontos seguintes, alternando esta operação até esgotar os pontos.
A carreira seguinte será toda em liga (tricô).
Na 3º carreira, começaremos por tricotar juntas 3 malhas e, na seguinte, repetimos: 1 malha em meia, 1 em liga (tricô) e 1 em meia, continuando a sequência até acabar a carreira.
A carreira seguinte será, novamente, toda em liga (tricô).
E assim, sucessivamente.

Sendo extremamente simples, obtem-se um resultado muito satisfatório, já que,  muito vistoso, valoriza o mais simples dos fios.

Estou desejosa por passar da amostra à realidade de uma peça completa e as ideias fervilham na minha cabeça inquieta!
Amanhã, já que hoje, a esta hora tardia, não é possível, comprarei o fio e depois é só deixar que as ideias se concretizem.
Quem me acompanha?

Beijo
Nina








quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

1001

Foi o número do último post publicado.
Como é possível tanta escrevinhação? Não dei por nada ...
Não se dá por nada, é fácil, é simples, é leve, quando se faz o que se gosta, não é?
Comecei o blog em Fevereiro de 2011. Menos de três anos volvidos, aqui estão elas, 1001 mensagens publicadas sem contar com esta que agora alinhavo.

É que a interação  paga altíssimos dividendos e, pelos vistos ( consultando as estatísticas do blog ...) este está bem espalhadinho por esse mundo de Cristo.
Lêem-me na China!
Será?

Muito mais importante do que referir quem me lê, é salientar quem eu leio.
E como, e quanto eu leio!
E como e quanto aprendo!
E como e quanto me ligo!

Do outro lado do oceano, naquele país réplica de paraíso, o meu tão amado Brasil, tenho amigas, tenho irmãs!
E, ainda ontem, recebi resposta às minhas súplicas, no comentário da Rosinha, a que conta histórias de vida, congemina receitas maravilhosas (todas sem carne!!!) e desvenda mistérios, mata charadas, acende luzes.
Eu queria saber do que falava quando falava em Ponto Pipoca.
A Rosinha ensinou:

http://arosanajanela.blogspot.com.br/2011/04/bo-bem-amado-de-todas-ponto-pipoca.html 

Tenho para mim que a Rosa na Janela é uma espécie de fada madrinha disfarçada, que vive para encantar e ajudar.
Por essas e por outras não sinto o menor peso de obrigação pelo tempo que dedico ao blog.
Eu é que ganho.
Eu é que agradeço.

Beijo
Nina


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Apetecem chás ...

... quentes, fumegantes, reconfortantes!
Como os ingleses! No ritual que criaram:
O five o'clock tea!
Será, por ventura devido ao frio polar que se abateu sobre nós, mas não apenas devido ao frio. Sou pessoa dada a chás. Procuro, apenas que sejam descafeínados para não provocar a danada da insónia.
Chá verde, o meu favorito, porém, sempre descafeínado!
Na falta deste, passeio e mergulho na imensidão infinita das infusões!
E acompanho com uma bolachinha ou uma inocente fatia de um bolo seco.

Descobrindo um frasco de amêndoas com pele, tratei de dar-lhes uso, que sou criatura poupada!


Piquei 100g, grosseiramente e misturei com igual quantidade de açúcar.
Reservei!
Bati 150 g de açúcar com 6 gemas até a mistura crescer, crescer, crescer!
Acrescentei 125g de manteiga amolecida, continuando a bater.
Para conferir ao preparado um sabor exótico, juntei 2 colheres de sopa de conhaque.
E bati
Na sequência, 225g de farinha +3 c.chá de fermento, intercalando com as claras batidas em castelo firme.

Despeja-se a mistura em forma untada com manteiga e polvilhada com pão ralado.
Cobre-se com a amêndoa picada , misturada com o açúcar.
Coze +/- 50 minutos a 180 graus.

Entrando no forno com este aspeto ...

... e saindo com este!

Desenforma-se ...

... vira-se ...

... e come-se!
Com muito chá!

Beijo
Nina

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

A blusa que não foi!


Quando conclui com êxito esta blusa/camisola, admito que o nível de confiança na minha competência subiu vários (muitos, muitos ...) degraus.
Gostei do modelo, da sua simples execução e, muito do fio utilizado, uma mistura de pouca lã e fibra, que eu, tenho uma péssima relação com a chamada pura lã, pois, por muito pura , muito cara, muito requintada que seja, pica-me insuportavelmente. Daí que ... aposto numa mistura nada sofisticada, já sei, mas com a qual convivo pacificamente.
Quis, pois, tricotar nova blusa/camisola.
E comprei o tal fio. Preto. 


Escolhi o modelo.
Este!
Um jogo de abertos e fechados que acho lindo.
E pus mãos à obra ...

Seguindo este esquema acessível e simples.

Só que ...
Só que, não resultou!
Atendendo a que a minha sessão de tricô tem lugar à noite, depois do jantar, no sofá, em frente à TV, o fio preto (lindo!!!), mostrou-se absolutamente ilegível, escondendo mates e laças, numa teimosa sucessão de erros que me desesperou.
E, como contra factos não há argumentos ( nem óculos que me valessem ...) pus de lado o projeto, adiei-o, não o cancelei, que sou pessoa de paixões duradouras e continuo louca pelo modelo.
Nascerá numa cor colaborante, numa daquelas que se deixa ler sem levar a tricotadeira à demência.

E o fio preto?

O fio preto foi aplicado no modelo  mostrado aqui, avançando de vento em popa, sem exigências de 1000 olhos e a uma velocidade cruzeiro, que não nasci para me aborrecer e muito menos para sofrer!
O modelito é, inegavelmente maravilhoso, sendo que o disponibilizo e compartilho com a maior das boas vontades!
Mas, aviso, em preto, NÃO!

Beijo
Nina

domingo, 8 de dezembro de 2013

Canja de galinha!

Na sabedoria popular, as virtudes da canja de galinha são  um dado adquirido.
Como as cautelas e os caldos, as canjas de galinha nunca fizeram mal a ninguém e, como se sabe, eram panaceia para uma imensidade de mazelas, desde as constipações e gripes, até ao tratamento retemperador dado às parturientes que, noutros tempos, quando havia tempo ( e parturientes que, dada a baixíssima taxa de natalidade, quase se extinguiram), durante um mês, eram alimentadas com a sopinha milagrosa.
Estudos recentes parecem comprovar o poder anti-inflamatório do caldinho!
Pessoalmente, acho imensamente retemperadora, a canja, quando, como agora, em estado pós-gripal, nada me apetece, como com gosto, uma canjinha!
Associo-a, ainda, a tratamento aconchegante da alma, mais ainda do que o chá, de que sou fervorosa apreciadora.



Na receita tradicional, dizem que importada da China, a canja era preparada com arroz.
 Porém, prefiro-a com massa, de letras, se possível, num mergulho delicioso na minha infância.
Bem quente, com umas folhinhas cheirosas de hortelã ou manjericão, é um colo, um mimo, um afago.

A galinha, bem cozida, é desfiada, flutuando, harmoniosamente entre "eles, emes, tês, e todas as letras do alfabeto"

Não como regularmente canja. Deve ser por isso que me sabe tão bem quando a preparo.
Curiosamente, esta associação da canja ao bem-estar é um conceito muito amplo e não apenas português.
Neste momento, encontro-me mergulhada na ação de um "thriller"  inglês com tanto de cativante quanto de assustador. Nele, a protagonista, uma mulher com distúrbio obsessivo-compulsivo, vítima de violência doméstica, encontra, a dada altura, apaziguamento para a sua angústia, precisamente na canja.
A leitura desta passagem de "O buraco mais escuro" despoletou em mim a vontade irreprimível de comer canja.
Fui para a cozinha e improvisei.

Piquei  uma cebola e deixei que fritasse ligeiramente em azeite.
Acrescentei água e, quando ferveu, juntei a (parte da) galinha até cozer completamente.
Retirei a pele e os ossos e desfiei.
Na água da cozedura lancei uma mão cheia de massinha de letras. Temperei com sal e juntei a ave.
Servi com umas folhinhas de manjericão.
E confirmei:
- É absolutamente deliciosa e reconfortante, mesmo quando preparada assim, simplezinha, sem imaginação, sem pretensões!

E um ato da mais elementar justiça, tecer-lhe os elogios que merece.

Beijo
Nina