segunda-feira, 31 de agosto de 2020

A partir do momento em que o tempo aqueceu, arrumei as agulhas de tricô, por muito que goste delas. É que para mim existe total incompatibilidade entre tricotar e sentir calor. Transpiro, sinto-me imensamente incómoda. Daí arrumar as agulhas.
É então que um outro terrível problema surge:
- Impossível passar o serão olhando o ecrã da TV. Impossível. Sou acometida por repentinas síncopes de sono. Não consigo acompanhar com interesse suficiente que me impeça de cair inanimada seja qual for o programa exibido. Uma vergonha para mim!
Daí que me virei para o crochê. É, então,  como diz o outro " um olho no cavalo, um olho no cigano"! (já sei que é uma citação politicamente incorreta, escusam de me puxar as orelhas ...).
 E assim, um olho na TV outro no crochê, viro uma espectadora atenta e uma "crocheteira(?)" aceitável.



Assim nasceu esta blusinha, bonitinha, engraçadinha, facílima de executar ...



Digamos que não sou fã de peças de vestuário em crochê, dada a sua irritante tendência para crescer - nasce blusa, acaba túnica ...



Porém, no caso, parece-me que não corro esse risco.
A blusa é feita por etapas:
- Primeiramente, um quadriculado que dará origem às costas e à fresnte. Esse quadriculado inicia-se com meia dúzia de carreiras que formam a renda inicial.
- Depois, concluídas todas as "partes", cosem-se - mangas incluídas - e ininicia-se a renda de bicos que posteriormente será aplicada à blusa.



O fio é  sintético ( pena que não seja 100% algodão) e veio de uma loja chinesa.
A compra foi feita por impulso. Vi e gostei. Da cor e do toque.
Além disso, a loja onde me abasteço encontra-se encerrada para férias, portanto ...



O resultado agradou-me tanto que já lá voltei para comprar fio branco. E, escusado será referir, já iniciei uma nova blusa - Cheira-me que não vai ficar a dever nada a esta. É francamente gira!
Depois mostro.


 
Combinei com branco - a minha combinação preferida, porque "o branco" nunca nos deixa ficar mal.



Acrescentei sapatos azuis e carteira na mesma cor.
Um must!
(Modéstia à parte)




 Acrescento que o modelo veio de uma revista antiga - eu e esta minha mania (abençoada) de guardar revistas antigas.

No caso de - por acaso, casualmente, reféns de irresistível desejo  - quererem replicar o modelo, é só dizer. Terei o maior gosto em publicar o esquema.
Nada que agradecer.

Beijo
Nina

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Cabeleireiro, de novo, finalmente

Não ia ao cabeleireiro há 5 meses!
 Eu que A.P. cumpria, religiosamente, o ritual, sempre à quinta-feira, sempre às 14h00m!
Reserva fixa e permanente!
Ia lá eu imaginar que, de repente, uma ida ao cabeleireiro constituiria atividade de risco?
Nunquinha!
Mas foi! Tudo se transformou, se transfigurou - cabeleireiro e manicure incluídos.

Sem quase sair de casa - e quando saía tapava parte do rosto com máscara - o cabelo deixou de ter importância.
Andava lavadinho, mas selvagem, cheio de personalidade, como sempre foi.
Recentemente, estava tão comprido que o apanhava e  então, mais selvagem crescia.
Fazia-me muito calor no pescoço, assim como se permanentemente usasse espesso cachecol. Elásticos, ganchos, bandoletes e chapéus passaram a ser os meus melhores e inseparáveis amigos.
A cor tornou-se indefinida, meio loira, meio castanho, coisa estranhíssima.

De repente, do nada, eu que até me encontrava medianamente conformada com o desastre capilar - repito - do nada, gritei (interiormente, já se vê):
- BASTA!



Sem me deter, liguei, marquei hora, combinei os requisitos e apareci.
Márcia, A Cabeleireira, muito profissional, absteve-se de fazer qualquer comentário.
Meteu mãos à obra e, duas horas volvidas, estava assim. Estava outra. Estava nova. E leve . E de bem com o meu cabelo.


 

No pavimento, um manto de cabelo.
Cortou sem dó nem piedade uns bons 10 cm de juba.
E acertou a cor com umas quantas (muiiiitas) madeixas.

Sinto que não corri desmesurado risco. 
É que Márcia apenas atende com marcação prévia, apenas uma cliente de cada vez.
E desinfeta e muda o equipamento e usa máscara e mantem porta e janelas abertas.
Correu muito bem.

De tal forma que, intrépida, sou bem capaz de lá voltar daqui por - digamos... - 2 meses.

De cabelo novo, aguardo, otimista, o fim de semana, sem ganchos, nem elásticos, nem bandolete, nem chapéu.
Ufana, do cabelinho  a quem volto a reconhecer como meu.

Bom fim de semana.

Beijo
Nina

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Cascas de ovos

 Cascas de ovos, para que vos quero eu?

Pois, para com elas fazer adubo.




Ontem, utilizei 15 ovos para preparar o bolo de noz - 7 na massa, 8 na cobertura. Muito ovo, na verdade.
Lembrei-me, então de uma dica que corre pela net, nos sites de jardinagem, segundo a qual as cascas de ovo, depois de secas (coloquei estas no forno aproveitando o calor residual do cozimento do bolo) devem ser pulverizadas e reduzidas a pó.




Assim fiz, juntando um pouco de água para facilitar a operação.
Daqui resultou um líquido esbranquiçado, que transferi para um regador, acrescentando mais água.
Utilizei a mistura nos meus vasos de orquídeas (que adoram este tratamento) e nas minhas roseiras.

Acrescento que, além das cascas de ovos, o pó de café usado é magnífico para espevitar qualquer planta. Infelizmente, as cápsulas de Nespresso dificultam o aproveitamento. Antes da sua existência, quando comprava café em grão que seria moído no momento da sua utilização, o pó acumulava-se num depósito sendo assim muito simples de utiluizar.
Quem possuir ainda uma dessas máquinas não deve desvalorizar as potencialidades incríveis do café.

Ainda focada nos ovos, mas mudando a orientação da conversa, compartilho outra informação que sempre uso:
Quando sobram claras, estas podem e devem ser congeladas sem receio de que percam as suas qualidades. Congelo sempre, tendo o cuidado de, no rcipiente, registar o número de claras guardadas. Depois, quando apetece um inocente bolinho de claras ( ou suspiros ) é só deixar que descongelem à temperatura ambiente e já está.

Pronto.
Missão cumprida!
Conhecimento partilhado!
Nada que agradecer.

Beijo
Nina




quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Bolo de noz

Este bolo é espetacularmente bom.
 Sem qualquer "mas".
 É bom. 
Ponto!

Encontro-me naquela fase estranha em que recuso censura.
 Se me apetece, faço. 
Bem basta o que basta.
 Todos aqueles proibidos me constrangem. Embora os assuma a todos.
Por isso, na assepcia da minha casa, dou asas à liberdade de escolha. Essencialmente no campo gastronómico. Até porque, curiosamente, não engordei 1 grama durante os últimos 5 meses de confinamento. Suponho que tal passa pelo ausência absoluta de restaurantes que, por muita qualidade que apregoem, não se restringem no que ao uso de gorduras e açúcares diz respeito.
Por aqui, almoça-se bem. Tudo quanto apetece. Já o jantar é comedidíssimo - uma boa sopa e fruta bastam.

Portanto, hoje, apenas porque sim, lembrei-me do bolo de nozes, um clássico, uma maravilha hipercalórica. 


Faz-se assim:

- 250g de nozes moídas
- 250g de açúcar
- 7 ovos
- ovos moles 
- creme de chantilly


Unta-se um tabuleiro com manteiga e forra-se com papel vegetal que também é abundantemente untado;
Liga-se o forno a 180 graus;
- Batem-se as gemas com o açúcar e com as nozes;
- Junta-se as claras em castelo envolvendo com uma espátula sem bater;
- Vai ao forno até que o perímetro do bolo se separe da forma - é rápido.



                                                - Aqui a massa já vertida na forma.


                                        Desenforma-se e esperamos que arrefeça um pouco...



                                        Então corta-se o bolo pelo meio e vamos rechear... ignorando os defeitos ocasionados no momento de desenformar. Não devem ser valorizados porque serão cobertos com os ovos moles.


 

Recheamos então com o creme de chantilly - que se obtem batendo as natas até que fiquem firmes e acrescentando então icing sugar a gosto - vamos provando até que o sabor agrade.





Não é necessário que resulte milimetricamente perfeito, porque ...



... o recheio ficará tapado com a segunda metade do bolo.
De novo, dirão que está feiinho, meio desfeito.
Repito, não tem a menor importância, porque, depois de coberto com os ovos moles, fica assim ...



Esta beleza ...

( Para preparar os ovos moles utilizei 8 gemas e 230g de açúcar.
O açucar ferve até ponto de pasta. Deixemos que arrefeça. Juntemos então as gemas, mexendo sempre sem permitir que a mistura ferva . Nunca pode ferver, porque , nesse caso, as gemas "talham" e pode queimar)



Esta irresistível, tentadora, pecaminosa obra de arte!



Se sobraram nozes, há que as utilizar na decoração.
 Para que ninguém, jamais, se atreva a apontear o dedo, a por defeito neste bolo que é, apenas, sumamente perfeito.

Vamos comê-lo ao jantar!
Então a sopa?
A sopa e a fruta ficarão para amanhã.
Que uma vez não são vezes.
Pois não?

Beijo
Nina

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Piquenique no Douro

O Douro - região - é uma zona lindíssima, seja qual for a estação do ano, embora seja no Outono que atinge o seu apogeu, quando as vinhas se transformam em folhagem rubra e dourada.
Conheço bem o Douro.
A autoestrada A4 liga o Porto a Bragança e, um percurso que em tempos idos era calamitoso, hoje é absolutamente pacífico, de modo que, quando apetece arejar sem risco de colapso e arrependimento, a região do Alto Douro Vinhateiro é opção segura.



Ontem, rumámos ao Douro e também desfrutamos deste rio/lago.
 Na verdade, mergulhámos nele.





Estava um calor infernal.
Aquele calor extremo que só sente no interior.
Por isso, mergulhar nestas águas foi uma espécie de paraíso.



Depois, o piquenique!



Por estradas secundárias que sobem montanhas, vimos a vista.
E comemos figos.
Tantos figos!
As figueiras, generosas, oferecem-se a quem passa na estrada.




Subimos encostas, descemos encostas e, de novo, o rio.



Nas margens, onde calha, crescem vinhas. Com uvas doces.

Mais imagens, colhidas no silêncio:













Foi uma descoberta.
 Porque de cada vez que vou ao Douro descubro novas facetas.
 Nunca tudo fica visto. 
Há que voltar. 
Sempre.



Beijo
Nina

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Sempre com máscara!


Sempre com máscara.
Já me habituei a este acessório e , automaticamente, assim que saio de casa, coloco-o.
As saídas  são restritas, mas existem, com todas as precauções, mas existem.



Estava um calorzinho bom e a sombra das árvores mais o fresquinho do rio ofereceram o espaço perfeito. Foi em Cerveira, no último sábado.

Não fazia piqueniques desde criança e gostei de recuperar o hábito.
Restaurantes, não, obrigada. Ainda que com serviço de esplanada, não me convencem. Sei lá eu bem quem é que está na cozinha? Não sei e por isso não arrisco. De modo que estou a tornar-me uma verdadeira profissional na arte do piquenique.
Assim, temos dado as nossas voltinhas, porque ficar em casa permanentemente acaba por cansar, mas sempre de farnel a tiracolo. Até já comprei um saco térmico que, com acumuladores de frio, garantem bebidas e fruta frescas. Uma profissional, repito!
Mas sempre de máscacra!
Esta é a recém apresesentada, a que garante uma taxa de proteção próxima dos 100%.
É eficaz e é portuguesa.
Aconselho.

Beijo
Nina


quarta-feira, 8 de julho de 2020

Cochinilha

Fui invadida pela COCHINILHA.

Era só o que me faltava - cochinilha. Uma praga. Uma peste. Uma detestável e destruidora invasão.

Vamos então por partes. Do que falo quando falo em cochinilha?

Falo de um ser que ...

"Mede de 3 a 5 milímetros de comprimento, é geralmente marrom ou amarelo, e se alimenta parasitando a seiva de cactos e plantas e da umidade ali presente. Dentro da classe dos insetos, as cochonilhas são classificadas na ordem Hemiptera, sendo parentes próximas das cigarrinhascigarras e dos pulgões. São conhecidas mais de 67.500 espécies de Hemiptera.
Para defender-se da predação por outros insetos, produz ácido carmínico, que extraído de seu corpo e ovos é utilizado para fazer o corante alimentício que leva seu nome.
No Brasil, a cochonilha é também uma praga de jardim, diminuindo consideravelmente a produção de hortas caseiras. A primeira evidência de que a planta está infestada é o aparecimento de bolinhas brancas que parecem ser de algodão nos caules, próximos às folhas. Elas sugam a planta, roubando sua seiva, alojando-se principalmente na parte inferior das folhas e dos brotos. As cochonilhas secretam uma substância pegajosa, que deixa as folhas com a aparência de que estão enceradas, e que facilita o ataque de fungos como o fungo fuliginoso. Costuma atrair também as formigas doceiras. Seu predador natural é a joaninha, assim como alguns tipos de vespas.
Algumas cochonilhas têm uma casca dura que impede a penetração de inseticidas. Neste caso, é preciso fazer uso de soluções à base de óleo mineral e sabão que, uma vez grudadas à carapaça, impedem que o inseto respire. As melhores alternativas são a Emulsão de Óleo Mineral ou a Calda de Fumo. Caso o controle natural não produza os resultados esperados, a utilização de um inseticida organofosforado ou a reintrodução de predadores naturais pode ser efetiva no balanceamento dos números dessa espécie."!

Uma  destas manhãs, em que confinada às quatro paredes de casa presto maior atenção aos detalhes - diga-se, de passagem, que nunca a minha casa esteve tão limpa, resplandecente  e desinfetada ... - regando as orquídeas (as minhas belas orquídeas!), dei de caras com uma espécie de partículas de algodão pegajoso agarrado aos caules, às folhas e às flores.

Não quis acreditar no que os meus olhos viam, porque já enfrentei (sem sucesso) esta peste noutras remotas ocasiões.
Era a cochinilha!
Cochinilha! Malvada! Atacando as minhas orquídeas.

Sublinho que consigo manter vivas estas plantas, ano após ano, tendo a sorte de que floresçam vigorosamente em cada temporada.
Somos pois amigas íntimas, quase família e por elas nutro sentido e profundo afeto, como se de crias se tratassem.

Fiquei tristíssima!

Tratei de lhes aplicar a solução saponária aconselhada em generosa e, porvenrura, fatal quantidade , receando que poderiam morrer não da doença, mas do tratamento.
Corri o risco.
E esperei.
Voltei a pulverizar.
E esperei.
Repeti a operação, intervalando-a com pulverização de água tentando preservar a vida das flores.
Atenta, continuei à espera.

Aparentemente tinham desaparecido, mas, horrorizada, constatei que tinham invadido outras plantas que não orquídeas.
Era uma invasão maléfica, planeada, bem orquestrada.
Era uma guerrra!
Havia que tomar decisões drásticas, impiedosas.

Então, dilacerada, eutanasiei as pobrezinhas que, entretanto, dias volvidos,voltavam a  apresentar sintomas de novo covarde ataque.
Tudo para o lixo, foi a derradeira decisão!
O número dos meus exemplares de orquídeas viu-se reduzido a menos de um quarto. Tantas baixas!
Para o lixo seguiram ainda avencas e cactos, igualmente condenados e com visíveis sinais de contágio.

Atenta, muito atenta, observo, analiso, prescruto.
Não voltarão a apanhar-me desprevenida.
As safadas!

Beijo
Nina