segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Um olho na TV, outro no tricô!


Como já repetidamente tenho afirmado, sentar depois de jantar, olhando pasmada para a televisão, não é comigo ... até porque adormeço num instante.
O melhor remédio para afastar a soneira é ter as mãos ocupadas. Porém não pode ser tarefa de grande rigor. Tem que ser coisa simples, que avance em "piloto automático"

Acontece que há algumas semanas, me deixei convencer e comprei um fio, misto de algodão e linho, em quantidade suficiente para tricotar duas camisolas/ blusas.
Quando decidi das meadas fazer novelos, conclui que jamais dali nasceriam camisolas/blusas... o fio era excessivamente fino, excessivamente irregular, excessivamente feio para o efeito... por isso - percebi - estava em saldo com desconto de 50%.

Percebi que "aquela tripa" necessitava de ganhar corpo e, para o efeito, nada melhor do que misturá-lo com outro, tecendo os dois juntos, como se de um só se tratasse.
O primeiro - a tal tripa - é arroxeado. Será, pois, sobre essa base, que misturarei outras cores, no caso três:
 - Rosa bebé, azul bebé e verde água.

Que fazer com tal mistura?
Lembrei-me de tricotar quadrados com padrões diferentes, mas todos muito simples.



Comecei pelo quadrado perfeito - com 4 quadradinhos formei um quadrdão com 20 cm de lado.

Com este padrão, tricotei 7 blocos.
Tudo muito simples, naquela simplicidade que permite um olho na TV, outro no trabalho, sem que de tal ginástica resulte agudo estrabismo.



Neste, ao roxo de base, juntei azul bebé .



Neste, o casamento é diferente - entrou o rosa ... e o ponto pipoca!



Aqui mantendo o rosa, divergi para uma trança...

Entretanto já nasceu um em ponto de arroz e outros em pontos que fui inventando de acordo com a inspiração de momento.


Não sei, nem quero saber de datas.
Estará pronto quando estiver, conforme a doutrina sobre a qual assenta a atividade de tricotar - sempre sem pressa, jamais com stress, que esta é uma ocupação lúdica, 100% zen.

Pressinto que a obra ficará engraçada, agradável ao olhar, numa tranquilizante paleta pastel, sem sombra de estridência de cores fortes, muito adequado ao ambiente de um quarto de dormir.

Para além de um projeto em ponto de cruz- lindo que só ele ... - que está parado porque exige atenção permenente - e de umas meias ( retificando - 1 meia, encravada logo a seguir ao calcanhar ... mas que terminarei sem sombra de dúvida ...) este é o trabalho que ocupa atualmente as minhas pausas.

Engraçado associar a ideia de pausa à de trabalho, não é?
Mas, de facto, esta é uma ocupação quase, quase lúdica, como já atrás referi.
Por isso gosto tanto de tricotar.

Beijo
Nina


sábado, 12 de dezembro de 2015

Aproxima-se uma tempestade ...


Aproxima-se uma tempestade, avisa o serviço meteorológico.
Parece que entra pelo sul, atingindo em primeiro lugar o Algarve e subindo sempre, amanhã estará aqui, no litoral norte.
Para já sopra um vento gelado e eu que planeava sair para jantar fora, deixei-me vencer pelo comodismo e vesti um casaco quente - daqueles bem confortáveis que uso à noite, em casa - fechei portas e estores, corri reposteiros e fui para a cozinha.

Apeteceu-me um bolo para acompanhar o chá quente que muito me conforta - adoro chá!
E nasceu um bolo!
Simplezinho, inofensivo, de iogurte, com cobertura de maçã e canela. 

Fofo como se espera ...

... muito perfumado com a raspa da casca de um limão.

Não tenho a veleidade de fornercer a receita - toda a gente sabe como preparar o bolo de iogurte
 ( mas se não souberem, é só dizer - terei todo o gosto em compartilhar a que utilizo.)

Portanto, o jantar foi improvisado:
-Sopa de legumes, pronta e guardada no frio;
-Bacalhau espiritual - sobras de um almoço;
- Bolo de iogurte como sobremesa;
- E, uma fatia de Bola de presunto - também ela resultante de sobras;

(Adoro sobras! Fazem-me imensamente feliz!)

A Bola de Presunto é excelente. A receita foi-me dada por uma amiga que com ela ganhou um qualquer concurso.

Deixo a receita - mãos à obra, portanto,  para o almoço, lanche e jantar de domingo:


Usei uma forma de bolo inglês.
Não cresce muito, não é de tamanho excessivo e come-se num instante,
 pois raramente se fica apenas por uma fatia.



INGREDIENTES

1/2 chávena * de margarina à temperatura ambiente

1/4 de chávena de óleo
3 ovos inteiros
1/2 chávena de leite
1 e 1/2 chávena de farinha com fermento
100 g de presunto cortado em fatias finas - pode ser fiambre ou qualquer outro recheio.
sal  q.b.
* chávena = xícara

Bate-se a margarina com o óleo, o leite, o sal e os ovos.
Acrescenta-se a farinha com fermento.

Numa forma bem untada e polvilhada com farinha, despeja-se alguma massa,
sobre a qual se colocam as fatias de presunto que se cobrem com a restante massa.
Assa em forno a 180 graus, cerca de 45 minutos.

Mais fácil é impossível!
É experimentar, se faz favor!

Beijo
Nina

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Entre-os-Rios






Mais uma sexta-feira com sol.
 Mais um pretexto para sair por aí, enquanto a chuva  não desaba.

Desta vez até Entre-os-Rios, uma localidade interessante sobre a qual podem informar-se AQUI!

O percurso segue, partindo da Foz, ao longo do rio Douro, pela estrada nº 108.

A meio do caminho, uma pausa para um café, numa espécie de cais onde acostam barcos de cruzeiros fluviais.



Temperatura amena,  convidava à pausa...


... sem casaco.


Ao longo da estrada, lá ao fundo, o rio, profundo, verde, misterioso.


São locais únicos, puros, ainda não contaminados pela mão humana.

Se calhar, durante o fim de semana, será impossível usufrir desta paz ...

Hoje, felizmente, era isto o que se nos oferecia.

Seguimos atá Entre-os-Rios, uma povoação sem graça, sem nada para oferecer, nem mesmo um restaurante.
Por isso, daí, tomámos a estrada para Penafiel.
No Tripadvisor procurei um restaurante ...


E achei!
Achei O Esquilo!
Em boa hora!
Local agradável, civilizado, muito bem servido por profissionais de inexcedível simpatia e comida excelente.


Para começar, enquanto esperávamos, dois azeites temperados com aromáticas, manteiga de alho e ...

... delicioso pão fatiado.

Para acompanhar, um tinto alentejano muito agradável ...


Servido por um atento funcionário.

Além dele, uma jovem fez, com toda a competência, as honras da casa ...


... sempre afável!
Esta gente sabe o valor do sorriso, o que é extremamente reconfortante para quem chega procurando qualidade na mesa e no trato!
Classificação máxima aos funcionários.


Enquanto esperávamos, para começar ...


... alheira de caça com recheio de queijo que, além de deliciosa, era assim ... deslumbrante.


Depois um rosbife com três molhos ...


Confecionado no ponto e maravilhosamente apresentado.


Por pura gula, pedimos sobremesa ...


Um fondant de caramelo com gelado de tangerina ...

... e um de requeijão com gelado de maçã verde ...

Ambos estupendos!

Foi um almoço memorável, sem mácula.
Se voltar a Penafiel não terei dúvidas quanto ao restaurante:
O Esquilo!
É mesmo muito bom!

Beijo
Nina

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Peixe ...


- O que é o jantar?
- Peixe!
-Baaaaah!


Esta lengalenga é-me familiar!
Já a ouvi  tantas vezes que, não fosse eu determinada ( e um bocadinho teimosa ...)  ter-me-ia deixado vencer pelo cansaço.

Mas, não!
Gosto de peixe!
Peixe é saudável!
Eu é que cozinho!
Eu é que mando!

Portanto não existe "baaaah!" que me vença.

Faço, porém cedências.
 Negoceio.
 E levo a minha  avante.

Então, em vez de me ficar por um simples grelhado ou cozido,  invento,  de acordo com as disponibilidades do momento



Havia pescada ...


... e havia camarão!

Ambos congelados, mas de excelente qualidade. 
Deixei que descongelassem e temperei o peixe com sal.

A seguir cortei em fatias muito finas cebola, alho e pimento e com esta mistura cobri o fundo de um tacho.

Reguei com azeite e deixei que cozinhasse muito lentamente.

Reguei com caldo de peixe e, quando ferveu, introduzi a pescada e o camarão.
Tapei.
Estufou cerca de 10 minutos.
Retifiquei os temperos.
Retirei a pescada e engrossei o molho com 1 colher de chá de Maizena.
Provei e temperei de novo, acrescentando umas gotas de limão.


Despejei o molho sobre o peixe.
Acompanhei com puré de batata.

Comeram tuuuuudo!
Deve ser por isso que tenho esta surdez seletiva - só ouço o que quero e (quase) só faço o que me apetece.

Beijo
Nina

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Flores, sabores e perfumes de Inverno



Uma casa com flores é uma casa com flores!
É uma casa!
Mais, é um lar!

Não há quem não goste delas, das flores.
Frescas e viçosas.
Mas ...
Infelizmente existe um grande "mas" ... o preço, que no Inverno, tende a subir.
Daí que, para iludir o olhar muitas vezes recorro às  artificiais, flores a fingir, que misturo com ramos verdes, esses naturais.

Felizmente que  existe um ou  outra alternativa durável e de baixo preço - as envasadas que florescem no Inverno.



No canto desta mesa  um Zygocactus truncatus.
Esta a designação botânica.

Em português corrente, não sei como se chama, este belíssimo cacto que, no Natal, floresce exuberantemente.

Na extremidade de cada haste verde, rebenta uma delicada flor.

Estas são brancas com um ligeiro laivo rosa.

E são de uma beleza indescritível.

Desta mesma qualidade, possuo a variedade vermelha.
Comprei três vasinhos que, apesar do seu infímo tamanho estão em flor. Não se comparam, porém, a esta maravilha branca.
Não sei quanto tempo durarão, mas sei que, enquanto durarem, os meus dias serão mais alegres.


Outra posibilidade é o Antúrio.


Enfiei um vaso pequenino nesta jarra de grande porte e, ninguém diria que não se trata de um arranjo de flores frescas.

Em breve terei que o transferir para um vaso maior, mas, entretanto ...

... compõe uma mesa baixa, porque, essas, as mesas baixas de apoio aos sofás, são os locais onde mais gosto de ver flores.

Uma última imagem, que a beleza nunca cansa.

No capítulo dos sabores e dos odores, que tal perfumar a casa sem recorrer aos (horrendos) sprays?
Como?
Com maçãs, por exemplo!
Das naturais, digo eu!
Das mais baratas, vendidas a granel!
Daquelas que têm defeito, porque não são manipuladas.
Têm defeito, mas têm também sabor - sabem a maçã! - e odor.


Sobre a mesa de jantar, alegram os olhos e cheiram muito bem!


Quando começarem a dar sinais, passarão para a cozinha e serão tarte e torta e bolo e compota e o que mais calhar.

Beijo
Nina

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Bolo/ Pudim ou Pudim/ Bolo ...?


Passei a tarde na cozinha porque me apeteceu!

Às vezes cozinhar é uma atividade terapêutica, talvez por ser razoavelmente segura, não reservando ao virar da esquina, indesejáveis surpresas.

A dizer a verdade, há muito que não sentia este apelo.
Concluo que surge ciclicamente e, quando surge, há que enfrentá-lo.

Daí que esta tarde de feriado foi gasta à volta das panelas, preparando uma entrada, um prato principal e uma sobremesa.

A máquina da louça não parou, despachando carradas de louça suja , essa sim, atividade a que me recuso aderir - não lavo louça, nem com luvas. Não lavo.

Depois de 5 dias de quase férias - comecei na última 6ª feira e, com a ponte de 2ª, só hoje termino - mergulhei, portanto , na cozinha.

Deixo a imagem do Bolo/ Pudim ( ou será antes, Pudim / Bolo?).

Começando pelo começo, barrei uma forma ( de buraco) com caramelo e, entretanto liguei mo forno a 180 graus - importante que ao introduzir o preparado no forno este se encontre já na devida temperatura.

Esta sobremesa é um híbrido - meio pudim, meio bolo e faz-se assim:

INGREDIENTES:

Para o pudim:
3 ovos
200g de açúcar
raspa de 1 limão
3 dl de leite

Misturam-se os ingredientes pela ordem citada e despeja-se a mistura na forma previamente preparada.


Para o bolo:
4 ovos
O peso dos ovos em açúcar
1/2 do peso dos ovos em farinha
2 c. de chá de fermento
raspa de limão

Batem-se as gemas com o açúcar e a raspa de limão;
Acrescenta-se a farinha com o fermento, aos pouco, alternando com as claras batidas em castelo.

Assa durante cerca de 50 minutos.
O teste do palito não funciona neste caso, porque o interior do bolo é húmido, com consistência de pudim.

A verificação do grau de cozedura consegue-se, observando se as "paredes" do bolo se afastaram das "paredes" da forma - se sim, está pronto!





Volta-se a forma sobre um prato de serviço ...

... não a retirando, para que o caramelo escorra totalmente ...

... embebendo a massa do bolo.


Sem surpresas!
É magnífico!

Beijo
Nina

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Croquetes




Quando, por qualquer insondável capricho do destino, o lombo assado que se preparou, no pressuposto que era lombo, logo tenro e suculento, quando - dizia - em vez disso nos deparamos com um preparado infame, quando tal dissabor se abate impediedoso sobre a mesa do almoço, que fazer?
Primeiro, disfarçar!
Nada de perguntas do tipo, "Então, que tal está?" - nada disso.
Finjam-se de mortas (os).
Isto se não querem ouvir um comentário ( ainda que tímido e velado ...) desagradável.
É que estes comentários (tímidos e velados ...) dão azo a explicações que não interessam nada e deixam a cozinheira ainda mais frustrada e, frequentemente, furiosa.
Recapitulando:
Se o assado que se previa tenro e suculento virou uma coisa elástica e seca ... IGNOREM!
Não perguntem nada!
Não esperem compreensão!
É que os comensais esfaimados são lobos irracionais!
Querem qualidade.
Ponto!
Estamos, pois entendidas(os) - assobiem para o lado e nem ao menos esperem que alguém pretenda repetir!
Comem uma vez! Basta!

Sirvam então a fabulosa sobremesa. Que depois de um desastre, todas (as sobremesas) o são (fabulosas)

Não preciso de repisar, pois não?
O lombo do almoço - vá lá uma pessoa saber por quê - estava uma sola!


Tratei-lhe da saúde o quanto antes que os tempos não estão para desperdícios e fiz ...


Tadah!!!!
Croquetes!


Os mesmos comensais que no dia anterior haviam enfrentado a sola - digo, o lombo - hoje suspiraram com os belos dos croquetes.

Fois assim:

Cortei a carne em pedaços e passeia pela máquina de picar.
Juntei-lhe o molho do assado  e ficou ...



Assim!

Uma massa pegajosa e indomável que, quando muito, serviria para recheio de empadão.
Mas não era empadão que me apetecia.
Queria croquetes.

Então, com um pouco de leite, manteiga e maizena preparei um bechamel grosso, bem espesso e juntei-o ao picado.
Depois, frio, muito frio, com ele.
Durante mais de 1 hora estagiou no congelador.
Para quê?
Pois, para ganhar corpo e se deixar moldar.

Fiz bolinhas ovaladas que passei por farinha ...

... e, a seguir. por ovo batido e pão ralado.


Depois foi deixar que fritassem até ganharem cor - cuidado, olho neles que ao menor descuido queimam.


Esta a cor, este o ponto!


Deixei que escorressem sobre papel absorvente para que perdessem a gordura ...


E ficaram assim, lindos, perfumados e apetitosos, servidos com alface e arroz de nabiças.


Os comensais adoraram e - gente de memória curta - nem suspeitaram que da sola - lombo - nascem delícias!

Portanto!
Nada de grandes explicações e muito menos de justificações!
E - muito, muito importante - nada de, em plena crise de raiva, atirar com a sola - lombo - para o caixote do lixo.
OK?

Beijo
Nina